VIAGEM DO INTERCIDADES LISBOA-ÉVORA VAI DEMORAR MENOS 20 A 30 MINUTOS:
CP admite desistir de automotoras e voltar a colocar o serviço com máquina e carruagens na ligação entre a capital e a cidade alentejana, encurtando a viagem para hora e meia
A modernização da Linha do Alentejo, que inclui a electrificação e rectificação do traçado desde Bombel (Vendas Novas) a Évora, pode permitir uma redução do trajecto entre 20 e 30 minutos, disse fonte oficial da CP.
Desta forma, os Intercidades Lisboa-Évora poderiam reduzir o seu tempo de percurso que era de uma hora e 56 minutos com material diesel (até Maio do ano passado quando a linha fechou para obras) para uma hora e meia, tornando a viagem mais competitiva com os expressos rodoviários e com o próprio transporte individual.
Mas para que isso aconteça a CP terá de desistir do seu projecto de ali colocar automotoras UTE (Unidades Triplas Eléctricas) modernizadas, cuja velocidade máxima é de 120 quilómetros por hora. Em vez disso, deve manter as carruagens Intercidades, mas agora rebocadas pelas locomotivas eléctricas 5600, capazes de circular a 200 km/h. A velocidade máxima, contudo, não passaria dos 160 km/h, que é o limite a que as carruagens podem circular.
Se a CP mantiver estas intenções e a Rede Ferroviária Nacional (Refer) continuar a garantir que a Linha do Alentejo poderá aceitar estas velocidades, Évora passará a contar em Maio próximo (quando se concluírem as obras) com um inesperado serviço de cinco intercidades diários em cada sentido com tempos de viagem bastante rápidos.
Mau tempo atrasa obras
Já para Beja, a CP mantém que não vale a pena colocar comboios a diesel a circular debaixo da catenária (cabos de alta tensão) e que o troço não electrificado entre aquela cidade e Casa Branca (63 quilómetros) será assegurado com UDD (Unidades Duplas Diesel) que darão correspondência aos Intercidades de Évora. Uma decisão que tem causado grande controvérsia na capital do Baixo Alentejo, que se vê secundarizada face a Évora.
A CP tem em curso nas suas oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário a modernização de duas UDD para servirem de "navettes" entre Casa Branca e Beja e três UTE, inicialmente previstas para o Lisboa-Évora, mas que a empresa admite agora dar-lhes outra utilização. A modernização destas cinco automotoras custa um milhão de euros e inclui assentos mais confortáveis, bem como novas mesas, bagageiras e pavimento. A pintura exterior também será alterada.
Apesar da Refer ter fechado a Linha do Alentejo durante um ano para nela se poder trabalhar 24 horas por dia, a mesma não irá reabrir a 1 de Maio quando se completarem o prazo para as obras. Fonte oficial da Refer disse que "as condições atmosféricas adversas que se têm vindo a fazer sentir desde Outubro de 2010 estão a impedir o conveniente tratamento da nova plataforma ferroviária, o que poderá reflectir-se na data de reabertura da linha".
O presidente da CP, José Benoliel, explicou que o atraso, a existir, não será da parte da sua empresa, que "tudo fará para ter o material circulante disponível na data prevista de reabertura".
Fonte: Jornal Público, 14 de Março de 2011
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