«O Governo vai desactivar, até ao final do ano, a linha ferroviária do Alentejo para transporte de passageiros entre Beja e a Funcheira, e o serviço, também de passageiros, da linha do Oeste, entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz. A linha do Vouga fica totalmente desactivada.
O transporte de mercadorias vai, contudo, manter-se no Oeste e no Alentejo, prevê o Plano Estratégico de Transportes (PET), onde é também definida a desactivação do ramal de Cáceres e do troço Figueira da Foz – Pampilhosa e das linhas do Tua, Tâmega, Corgo e Figueira da Foz (as últimas quatro tinham sido “provisoriamente encerradas” pelo governo anterior com a promessa de reabertura após reabilitação).
O transporte de passageiros entre Beja e a Funcheira, entre Caldas da Rainha e a Figueira da Foz, e na linha do Vouga, passará a ser assegurado com concessões rodoviárias para os mesmos percursos até aqui realizados pelos serviços da CP.
O encerramento da linha do Vouga (que serve Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Águeda nas suas ligações a Espinho e Aveiro) acontece depois de, nos últimos três anos, a Refer ter investido 3,7 milhões de euros para automatizar 50 passagens de nível.
Na linha do Oeste, é encerrado precisamente o troço onde a CP era mais competitiva em relação à Rede de Expressos. O comboio é mais rápido e mais barato do que o autocarro na ligação a Coimbra, mas a CP só tinha um comboio por dia para aquele destino.
No documento a que o PÚBLICO teve acesso, onde se detalha a racionalização da rede ferroviária, o Governo prevê ainda acabar com o Sud-Express (Lisboa-Hendaya com ligação ao TGV para Paris).
Quem quiser viajar de comboio além Pirinéus, terá de viajar no Lusitânia Express (Lisboa-Madrid) até Valladolid, onde fará transbordo para uma composição espanhola.
O Lusitânia, por seu turno, deixará de servir Abrantes e Cáceres e passará a circular pela Beira Alta, Salamanca, Valladolid e Madrid.
A CP tem actualmente um passivo de 3796 milhões de euros (contra um activo de 1346 milhões de euros), um desequilíbrio que o executivo explica com “sucessivos anos de défice operacional e de investimento”.»
Fonte: Jornal Público
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