segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011


DESCUBRA PORTUGAL ENQUANTO HÁ COMBOIO:
Artigo de Opinião - Paula Ferreira

A CP é uma empresa surpreendente. Convida-nos, através de spots publicitários, a dar "uma escapadela com amigos e descobrir Portugal de comboio", como competente agência de turismo. E, ao mesmo tempo, continua a fechar linhas. Uma a uma, sem complacências a ajudar ao despovoamento.

Apresse-se, pois, se tenciona responder ao desafio da ferroviária portuguesa e partir à conquista do país ao som do pouca-terra, pouca-terra. Tanta é a pressa de excluir troços ferroviários que o gestor do site da CP, por certo, dificilmente acompanhará o ritmo. Na página online da companhia, o visitante é induzido em erro. Não existem nove propostas, como diz, "À descoberta de Portugal a bordo do comboio regional". Eram nove, agora são oito. No ramal de Cáceres, em Portalegre, o comboio deixou de apitar no primeiro dia de Fevereiro. Motivo: falta de rentabilidade. A nona proposta turística, que transportava o viajante a Castelo de Vide e Marvão, fica para a história.

Como para o estudo da arqueologia industrial ficarão alguns dos mais belos troços ferroviários portugueses. Corgo, Tua, Tâmega, Barca d'Alva... e outros se seguem certamente. Fica o interior do país mais abandonado, isolado, de solidões com menos acessos.

Serão estes cortes uma inevitabilidade? Não haveria outra solução: ao invés de encerrar, tornar estas linhas atractivas, verdadeiras alternativas ao automóvel?

O caminho parece ser outro. Há muito tempo, é certo, não ouvimos os políticos a dar qualquer sinal de preocupação com a despovoamento que devasta o país. Isso também faz parte do passado. E assim se avança. Fecham urgências hospitalares, fecham serviços de atendimento permanente, acabam os comboios. Até que não reste ninguém a morar por esses sítios. Quando a CP - empresa do Estado, da qual se espera um serviço público - fechar as linhas que dão prejuízo, fica no ponto para mudar de mãos. Quem a comprar não terá, seguramente, de prestar qualquer serviço público - o objectivo será mais prosaico, o lucro.

P.S. Nem só o interior é alvo do desmantelamento da CP. A linha de Leixões, pensada para transportar 2,9 milhões de pessoas por ano, fechou. Sem que a estação que lhe daria sentido (no hospital de S. João) chegasse sequer a nascer.

Fonte: Jornal de Notícias, 2 Fev. 2011

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CP SUPRIME INTERCIDADES NA BEIRA BAIXA SEM GARANTIR ALTERNATIVA RODOVIÁRIA

Trabalhos na via-férrea justificam supressão de ligações rápidas na Beira Baixa, mas Refer diz que não tem de pagar transporte alternativo à CP

A CP suprimiu dez comboios Intercidades que deveriam ligar Lisboa à Covilhã, mas que ficam por Castelo Branco. Daí para a frente a linha está fechada de ontem até amanhã para a realização de obras da responsabilidade da Rede Ferroviária Nacional (Refer). Os comboios foram suprimidos sem qualquer alternativa para os clientes.

A Refer entende que, não sendo operadora de transportes, não lhe compete organizar o serviço rodoviário, mas disponibiliza-se a pagá-lo à CP se esta tratar disso. Mas a transportadora ferroviária tem uma versão diferente e diz que "a Refer deixou de suportar os custos com a contratação de transportes alternativos em virtude de interdições de circulação na rede ferroviária a partir de 26/1/2010." Por esse motivo, acrescenta a empresa, este tipo de custos "têm sido inteiramente suportados pela CP".

Só que, devido à contenção de custos, a empresa resolveu só assegurar serviço rodoviário de substituição para os escassos comboios regionais da Beira Baixa, uma vez que neles podem viajar clientes com passe. Já para os Intercidades foi mais fácil bloquear as vendas entre Castelo Branco e Covilhã para estes dias e o assunto ficou resolvido de forma expedita e mais barata. A Refer justifica a interdição da via pela complexidade das obras, que não podem ser realizadas durante a noite. Trata-se, sobretudo, de intervenções nos túneis da Gardunha e de Fatela/Penamacor que têm de ser escavados para rebaixar a soleira ao mesmo tempo que se abrem nichos na abóbada para neles instalar o suporte da catenária. A obra destina-se a concluir a electrificação da Linha da Beira Baixa em Maio deste ano.

Entretanto, o Grupo de Amigos do Caminho-de-Ferro da Beira Baixa endereçou uma carta aberta ao presidente da Câmara da Covilhã alertando-o para a possibilidade de a CP, a partir de Maio, acabar com os Intercidades com material circulante habitual (locomotiva e carruagens) e substituí-lo por automotoras UTE (Unidades Triplas Eléctricas) iguais às que efectuam o serviço regional.

"O serviço Covilhã-Lisboa tem características de longo curso e o material referido [UTE] não dispõe das características de conforto para uma viagem de maior duração", lê-se no documento, que exorta o autarca a tomar medidas para não deixar morrer o caminho-de-ferro da Beira Baixa. No entanto, a CP nega essa intenção, mantendo que as automotoras eléctricas só substituirão os comboios Intercidades nos serviços entre Lisboa, Évora e Beja.


Fonte: Jornal Público, 26 de Fevereiro de 2011

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011


COMBOIOS: MOVIMENTO DE CIDADÃOS QUER FALAR COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COM MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS:

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Depois da entrega da Petição “ Ramal de Beja e outras Dores de Alma” na Assembleia da República (entretanto já admitida na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações), das reuniões com os Grupos Parlamentares e CP, o grupo que dinamiza o Movimento de Cidadãos em defesa do Intercidades reuniu para fazer o balanço das últimas actividades desenvolvidas e delinear as acções a desenvolver no futuro.

Um pedido de audiência ao Presidente da República e uma reunião urgente com o Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com o objectivo de sensibilizar estas entidades para a importância da manutenção e modernização da rede ferroviária do Alentejo e das ligações directas entre Beja e Lisboa, assegurando a ligação ao Algarve, é o próximo passo nas acções do Movimento de Cidadãos em defesa dos comboios.

Esta ronda de contactos, parte da ideia formada após a reunião com a CP, de que a questão da manutenção das ligações directas entre Beja e Lisboa e a electrificação da linha até Beja, se resolverão no plano da decisão politica, já que a CP se mostra inflexível ao plano de exploração já apresentado.

Outra frente de trabalho, consiste na recolha e compilação de dados que sustente junto dos Grupos Parlamentares a importância para a região desta acessibilidade. Estes dados serão importantes para a preparação do processo de audição, que vai obrigatoriamente ter lugar, na Assembleia da Republica com vista à elaboração do relatório da Petição que foi apresentada pelo Movimento. A organização de um grande colóquio/debate sobre a importância e valorização do transporte ferroviário, procurando respostas no plano técnico e político, para que no contexto da estruturação das acessibilidades regionais, a ferrovia seja considerada via estruturante em articulação com os pólos de desenvolvimento regional do Alqueva, Aeroporto de Beja e Porto de Sines.

Fonte: Rádio Voz da Planície

domingo, 20 de fevereiro de 2011

JAIME GAMA TEM "A SENSAÇÃO DE QUE BEJA ESTÁ A DESAPARECER DO MAPA"


A CP mantém-se irredutível: o comboio Intercidades directo entre Beja e Lisboa está mesmo suspenso. Foi esta a resposta dada pela administração da transportadora ferroviária aos representantes do movimento que contesta o fim daquele serviço e que é composto por autarcas de Beja, Alvito, Cuba, Viana do Alentejo e milhares de cidadãos.

As duas partes reuniram-se anteontem e, no fim, o presidente da Assembleia Distrital de Beja, Bernardo Loft, reconheceu que as expectativas de Beja saíram frustradas com a "intransigência" da administração da CP. A empresa foi igualmente clara quanto ao projecto de electrificação da linha até Beja: o Governo nunca oficiou a CP nesse sentido, embora não descarte essa possibilidade.

Face a este cenário, o movimento de contestação, que já realizou duas manifestações em Beja e entregou nesse mesmo dia uma petição no Parlamento, com mais de 15.000 assinaturas, propôs uma alternativa para evitar que os passageiros oriundos de Beja tenham de fazer transbordo para o Intercidades Lisboa-Évora, na estação de Casa Branca, quando aquela ligação for retomada. Mas a CP considerou essa solução "inviável". A empresa revelou mais flexibilidade na ligação Beja-Funcheira, que já esteve para ser suspensa a 1 de Fevereiro, mas manteve-se em funcionamento e agora "está a ser equacionada", podendo ser fechada por ter pouca procura.

As conclusões da reunião com a CP não foram nada "animadoras" acentuou um dos membros do movimento, Jorge Caetano. Contrastam com os resultados promissores das reuniões tidas com todos os grupos parlamentares com assento na Assembleia da República. Todos eles, sem excepção, se mostraram receptivos às reivindicações "legítimas" de Beja.

O próprio presidente do Parlamento, Jaime Gama, disse ter ficado "surpreendido" com o elevado número de assinaturas da petição, tecendo um comentário que deixou Florival Baiôa, membro do movimento de cidadãos apreensivo: "Tenho a sensação de que Beja está a desaparecer do mapa."

Do lado do PS, a deputada Ana Paula Vitorino sustentou, porém, que as aspirações de Beja têm de ser encaradas no "quadro de contenção orçamental que vivemos". O deputado Jorge Costa (PSD) acusou, por seu lado, o Governo de não ter definido prioridades para a rede ferroviária nacional e elaborado "um plano estratégico" para a região alentejana que enquadrasse as ligações ferroviárias e rodoviárias. Pelo PCP, João Ramos frisou que o seu partido já apresentou um "projecto de resolução" que defendia a manutenção do Intercidades, iniciativa que "foi chumbada" com os votos contra da bancada do PS e as abstenções do PSD e CDS. Heitor de Sousa (BE) e Hélder Amaral (CDS) mostraram-se disponíveis para levar a petição ao plenário do Parlamento.


Fonte: Jornal Público, 17/02/2011

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COMBOIOS: GRUPOS PARLAMENTARES SENSIBILIZADOS. CP INTRASIGENTE

Sintonia total entre todos os grupos parlamentares, sobre a importância da manutenção do Intercidades entre Beja e Lisboa, a manutenção da ligação ao Algarve e a necessidade de electrificação do troço Casa Branca – Beja.
A nota dissonante seria dada ao final da tarde, na reunião com a CP, com a empresa a assumir que não vai alterar a sua posição de implementar as cinco ligações de Beja a Lisboa, mas com transbordo em Casa Branca.
Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República, recebeu ontem as mais de 15.000 assinaturas que sustentam o texto da Petição, manifestando a sua surpresa por tão grande número de assinaturas recolhidas.

Florival Baiôa, do Movimento de Cidadãos, depois do encontro com Jaime Gama e das reuniões com todos os grupos parlamentares, fez para a Voz da Planície o balanço desses encontros, destacando o consenso manifestado em torno da necessidade da electrificação do troço de linha férrea até Beja, como fundamental para a continuação dos comboios na capital baixo-alentejana. Mais apreensões trouxeram as palavras de Jaime Gama, que manifestou a sua preocupação por “ter a sensação que Beja está a desaparecer do mapa”. Baiôa defende que os bejenses não querem esse desaparecimento e que este Movimento de Cidadania, vai ter de fazer mais coisas.

Sabor amargo teve a reunião que o Movimento, acompanhado por autarcas de Beja, Alvito, Cuba, Viana do Alentejo e outras instituições, tiverem com a administração da CP. A empresa, segundo Bernardo Loff, Presidente da Assembleia Municipal de Beja, foi totalmente intransigente naquilo que são as suas propostas, ou seja o fim dos Intercidades directos de Beja para Lisboa, gorando desta forma as expectativas que os cidadãos de Beja transportavam para esta reunião. Sobre a electrificação da linha até Beja, a CP reiterou, que nunca recebeu do Governo qualquer instrução para estudar essa situação, embora admita vir a faze-lo.

Já por parte dos Grupos Parlamentares, foi total o consenso em torno do objecto da petição, que ontem foi entregue pelo Movimento de Cidadãos, dinamizado pela Associação de Defesa do Património de Beja.

Ana Paula Vitorino - Deputada do PS:

A ex- secretária de estado dos transportes e comunicações, acompanhada pelos deputados socialistas eleitos por Beja, reconheceu que são reivindicações legítimas, mas que tem de ser encaradas no quadro de contenção orçamental que vivemos. Defendendo porém que existe por parte do Grupo Parlamentar do PS e do Governo, uma aposta na melhoria da Ferrovia, e que nessa medida se o Grupo se solidarizava com as reivindicações feitas pelo Grupo de Cidadãos e que irá procurar consensos com outros grupos parlamentares, que sejam exequíveis para apresentar ao Governo. Para a deputada, só faz sentido a aposta no triângulo Alqueva – Aeroporto – Porto de Sines, se tiver boas acessibilidades nomeadamente rodoviárias e ferroviárias.

Jorge Costa – Deputado do PSD:

O ex-secretário das Obras Públicas, de Durão Barroso e Santana Lopes, começou por acusar o governo de não ter definido prioridades, e que se limitou a mandar suspender as obras que a REFER tinha em curso. O deputado laranja defendeu que é preciso definir prioridades e que quando esta matéria, relacionada com a melhoria dos serviços, requalificação e electrificação da linha do Alentejo subir a Plenário contará com o apoio do PSD, por ser uma obra fundamental para a região, até pelos outros projectos em curso, como o Aeroporto. Jorge Costa entende que deveria existir um plano estratégico para a região, e que se ele existisse saberíamos hoje qual a data da inauguração do Aeroporto e como eram as ligações ferroviárias e rodoviárias.

João Ramos – Deputado do PCP:

O deputado comunista eleito por Beja, manifestou total abertura e disponibilidade para usar a capacidade de intervenção parlamentar do PCP, para lutar pela manutenção do Intercidades e da modernização da linha, recordando que o PCP já apresentou um projecto de resolução que defendia esta matéria e que o mesmo foi chumbado com os votos contra da bancada do PS e abstenção do PSD e CDS.

Confrontado com as posições consensuais dos outros grupos sobre a petição a deputado comunista afirmou que “agora não há motivo para que não seja aprovado em plenário uma recomendação ao governo”

Heitor de Sousa – Deputado do BE

O parlamentar do Bloco de Esquerda defende que a melhoria das acessibilidades ferroviárias só será possível com a electrificação da linha até Beja e depois até à Funcheira e que o BE está totalmente a favor da intenção e do objecto da petição e que logo que termine as obras devem ser retomadas as ligações directas do Intercidades entre Beja e Lisboa, e no futuro imediato que se avance para a electrificação da linha até Beja.

Hélder Amaral – Deputado do CDS :

Saudar a população pelas 15.000 assinaturas recolhidas com a Petição, tornando-se assim ela própria a primeira defensora dos seus interesses, foi a primeira mensagem do CDS, depois a manifestação que o partido está de acordo com o teor da Petição e ao lado das populações. Os centristas estão, segundo Hélder Amaral, disponíveis para procurar, junto das outras bancadas, em torno desta questão, consensos que podem passar pela apresentação de uma iniciativa do CDS, ou a viabilização de uma iniciativa de outra bancada, com vista à resolução do objecto da petição. Afirmando que “ não será pelo CDS que não haverá consenso.


Fonte: Rádio Voz da Planície
INTERCIDADES: CIDADÃOS DE BEJA NÃO ACEITAM POSIÇÃO DA CP E QUEREM FALAR COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Estação de Beja, Fevereiro 2011, Rita Cortês


A Associação de Defesa do Património de Beja acusa a CP de "intransigência" em relação às suas intenções para as ligações ferroviárias a Beja e anunciou que vai pedir audiências ao Governo e ao Presidente da República.
"A CP está intransigente, não recua e mantém a sua posição por uma suposta questão de racionalidade", disse Jorge Serafim, do grupo de cidadãos criado pela Associação de Defesa do Património de Beja para contestar as intenções da CP relativas às ligações ferroviárias a Beja.
Jorge Serafim falava após uma delegação do grupo ter reunido com a administração da CP, que, disse, "mantém a intenção de acabar com as ligações directas" via comboio Intercidades entre Beja e Lisboa, que passarão a ser feitas através de automotora diesel entre Beja e Casa Branca, onde será feito transbordo para comboio eléctrico até à capital.
"Achamos que devemos ter ligações directas" via Intercidades até Lisboa, "não tanto pelo transtorno do transbordo, mas mais pelo peso que a região quer ter no país e face ao que se preconiza em termos de desenvolvimento", disse Jorge Serafim.
Perante a "intransigência da CP", disse, o grupo vai pedir audiências ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, e ao Presidente da República, Cavaco Silva.

Fonte: Correio do Alentejo

Ver também : Site do Observatório do Algarve

PS DO BAIXO ALENTEJO EXIGE A ELECTRIFICAÇÃO DA LINHA FFERROVIÁRIA DE BEJA:


Estação de Beja, Fevereiro 2011, Rita Cortês


O PS do Baixo Alentejo manifestou esta semana satisfação com "a reacção positiva para defesa da ferrovia" na cidade de Beja e elogiou a "importante mais-valia" que representa a participação da sociedade civil na reivindicação dos comboios Intercidades com ligação directa entre Beja e Lisboa. Apesar de reconhecer que o funcionamento da linha "envolve um grande défice, na ordem dos cinco milhões de euros anuais", o PS assume que a resposta dada pela CP aos cidadãos de Beja "não satisfaz cabalmente os interesses da capital do Baixo Alentejo".
"Tem de haver um claro compromisso com a qualidade do serviço, com a qualidade dos equipamentos e com a modernização e electrificação da infra-estrutura ferroviária que, directamente, serve e tem de continuar a servir Beja", afirma Luís Pita Ameixa, presidente da Federação do PS do Baixo Alentejo.

Fonte: Correio do Alentejo

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011


MOVIMENTO DE CIDADÃOS ENTREGA HOJE PETIÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA:


O Movimento de Cidadãos criado no seio da Associação de Defesa do Património de Beja entrega hoje ao Presidente da Assembleia da República a petição “Ramal de Beja e Outras Dores de Alma”. 15 mil e 71 pessoas subscreveram a Petição onde é exigida a electrificação da Linha Ferroviária até Beja, a manutenção das ligações directas Beja-Lisboa-Beja e a continuação da circulação até à Funcheira. O Movimento de Cidadãos vai ainda reunir-se com os diferentes Grupos Parlamentares durante a manhã. À tarde encontra-se com a Administração da CP. Florival Baiôa, presidente da Associação, conta trazer de Lisboa garantias que as ligações directas a Lisboa e a circulação para a Funcheira vão manter-se. O mesmo responsável espera que seja hoje feito o agendamento dos trabalhos de electrificação da Linha até Beja.
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Fonte: Radio Pax
Terça-feira, 15 de Fevereiro de 2011

POLITÉCNICO DE BEJA JUNTA-SE À "LUTA" PELOS COMBOIOS INTERCIDADES:

O Instituto Politécnico de Beja (IPB) reclama a manutenção das ligações directas em comboio Intercidades entre Beja e Lisboa e da ligação até Faro através da Funcheira e a electrificação do troço Casa-Branca-Beja da Linha do Alentejo.
Em comunicado enviado ao "CA", o pro-presidente para a Imagem e Comunicação do IPB, Aldo Passarinho, refere que o número de alunos oriundos dos distritos de Lisboa, Setúbal e Faro colocados no IPB registou um crescimento de "38,6 por cento" em 2010.
"Para mantermos este fluxo de alunos é necessário contarmos com boas acessibilidades, em particular aos distritos que alimentam o nosso crescimento", sublinha Aldo Passarinho.
Neste sentido, defende, "as ligações ferroviárias directas e com qualidade aos distritos de Setúbal e Lisboa" e a manutenção da ligação ao distrito de Faro através da Funcheira "serão uma mais-valia indiscutível".
Segundo Aldo Passarinho, o IPB, que conta com uma "comunidade académica composta por mais do que 4000 pessoas, entre alunos, docentes e não docentes", apoia "todas as acções que se enquadrem numa lógica de diálogo e decisão política" com vista à manutenção das ligações directas em Intercidades entre Lisboa e Beja e da ligação entre Beja e a Funcheira e as "reivindicadas melhorias" do troço Beja-Casa Branca, "através da electrificação da linha".
O IPB está também "disponível para dialogar com a CP" para "promover um debate de ideias que permita viabilizar uma rede de transportes em que a ferrovia assuma um papel fundamental, que será com toda a certeza reforçado com a entrada em funcionamento do novo aeroporto de Beja".
"É em representação de uma instituição com mais de 4000 ‘vozes’ que apelamos a um esforço de todas as partes para que possamos levar esta discussão a bom porto", afirma Aldo Passarinho.


Fonte: Correio do Alentejo
IMAGENS DA CONCENTRAÇÃO NO LARGO DA ESTAÇÃO DE BEJA DIA 14 DE FEVEREIRO:
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BEJA: "QUEREMOS O COMBOIO"


“Queremos o comboio” foram as palavras mais ouvidas ontem ao final da tarde na concentração em defesa das ligações ferroviárias directas a Lisboa. Esta iniciativa foi organizada pelo Grupo de Trabalho criado pela Assembleia Municipal de Beja, composto por membros da Assembleia e do Grupo de Cidadãos constituído no seio da Associação de Defesa do Património de Beja. No largo da CP, apesar da chuva, estiveram centenas de pessoas vindas de vários pontos do Alentejo, assim como autarcas, deputados e líderes partidários.
Florival Baiôa, presidente da Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB) defendeu que é necessário “modernizar” os comboios e as linhas para que existam “mecanismos de desenvolvimento económico, social e cultural”. O mesmo responsável considera que para o País se desenvolver com “harmonia e equilíbrio é preciso olhar para o interior”.
Bernardo Loff frisou que as ligações ferroviárias directas para Lisboa são “essenciais”. O presidente da Assembleia Municipal apontou o comboio como um meio para “combater o isolamento do interior”. Bernado Loff classificou ainda este meio de transporte como mais económico e ecológico do que o rodoviário.
No dia em que se assinalaram os 147 anos da abertura da linha de comboios do Sul o presidente da Assembleia Municipal de Beja pediu como presente à CP a manutenção da ligação directa Beja-Lisboa-Beja.
A concentração terminou com a população a cantar os parabéns e a degustar o bolo do aniversário da linha.


Fonte: Rádio Pax

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

GRUPO DE TRABALHO PREPARA CONCENTRAÇÃO PARA DIA 14 NO LARGO DA ESTAÇÃO DE BEJA:


Estação de Beja, Fevereiro 2011, Rita Cortês


O grupo de trabalho da Assembleia Municipal de Beja reuniu ontem, no final decidiu apelar a toda apopulação do distrito para participar na concentração de segunda-feira.

O grupo de trabalho da Assembleia Municipal de Beja, composto por todos os partidos políticos com assento neste orgão autárquico e elementos do Movimento Cívico, reuniu ontem para preparar a concentração que vai decorrer na próxima segunda-feira, a partir das 17.30 horas junto à Estação da CP.

Bernardo Loff, presidente da Assembleia Municipal de Beja, afirmou que no final ficou decidido apelar a toda a população do distrito para participar na concentração tendo em vista a defesa das ligações ferroviárias directas Beja-Lisboa-Beja.

A concentração realiza-se precisamente no dia em que se assinalam os 147 anos depois da inauguração dos caminhos de ferro de Beja.
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MAIS DE 14 MIL PESSOAS ASSINARAM A PETIÇÃO A FAVOR DA MANUTENÇÃO DO INTERCIDADES PARA BEJA:
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Mais de 14 mil pessoas subscreveram a Petição “Ramal de Beja e Outras Dores de Alma” lançada pela Associação de Defesa do Património de Beja, no passado dia 23 de Janeiro, tendo em vista a electrificação da Linha Ferroviária até Beja, a manutenção das ligações directas Beja-Lisboa-Beja e a continuação da circulação até à Funcheira. A meta inicial era de 10 mil assinaturas. O prazo de subscrição terminou esta semana e a Associação está a fazer as últimas recolhas. Florival Baiôa, presidente da Associação, realça que a resposta da população foi “melhor” que a esperada e “surpreendente” até para a Assembleia da República. Na opinião deste responsável a “batalha” está a dar “frutos” pois as ligações ferroviárias para a Funcheira não terminaram em Fevereiro conforme se chegou a temer.
A Petição é entregue na Assembleia da República no próximo dia 15, terça-feira.

Manuel Tão, Investigador da Universidade do Algarve, na Área de Economia de Transportes e de Planeamento Regional e Doutorado em Economia dos Transportes pela Universidade de Leeds (Reino Unido), vem hoje (dia 10 de Fevereiro), pelas 21h30, ao auditório da Biblioteca de Beja falar sobre a importância de caminhos-de-ferro como transportes de futuro.
A iniciativa é do Grupo de Cidadãos criado em Defesa da Modernização do Transporte Ferroviário.


Fonte: Radio Pax

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


CP RECUA E ADMITE ANALISAR FIM DO INTERCIDADES LISBOA-BEJA:

Contrariamente ao que chegou a estar previsto no plano de contenção de custos da CP, a linha férrea entre Beja e Funcheira acabou por não fechar, e o anúncio do fim do serviço Intercidades directo entre Lisboa e Beja poderá ter sido precipitado. Isto porque a transportadora já admite rever a situação futura deste último serviço, cujo anunciado fim, explicado nas páginas do PÚBLICO pelo presidente da companhia, José Benoliel, gerou forte contestação naquela cidade alentejana.

Em relação ao serviço regional da automotora que faz duas viagens por dia em cada sentido entre Beja e Funcheira, Ana Portela, porta-voz da CP, disse ao PÚBLICO que este en- cerramento nunca chegou a estar "decidido", mas sim em "análise". Certo é que estava anunciado o encerramento desta ligação para Janeiro e, depois, para Fevereiro.

Quanto à possibilidade de ser também uma simples automotora a fazer a ligação de Beja a Casa Branca onde daria correspondência aos Intercidades de Évora, a mesma fonte disse que é uma situação que "ainda não está decidida".

Em análise, também segundo a mesma fonte, está a possibilidade de Beja poder ter automotoras a dar ligação aos Intercidades de Évora, situação que "ainda não está decidi- da". Um recuo da empresa, face aos protestos gerados pela secundarização desta cidade em relação a Évora no que diz respeito às ligações ferroviárias directas à capital.

No Norte do país, o cenário de cor- tes é diferente, mantendo-se as intenções iniciais. A meia Linha de Leixões acabou por fechar mesmo (nunca se chegou a avançar para a segunda fase e efectuar o serviço até ao Hospital de São João onde havia maior potencial de mercado), mas a CP assegura ainda compromissos assumidos nas linhas do Corgo (Régua-Vila Real) e do Tâmega (Amarante-Livração) e no ramal da Figueira da Foz à Pampilhosa através de um serviço rodoviário alternativo que cumpre o mesmo percurso dos comboios. E que não sai barato à empresa, pois paga por eles 438 mil euros por ano a empresas rodoviárias.

No entanto, tradicionalmente, sempre que o serviço ferroviário é "suspenso", a CP disponibiliza autocarros durante algum tempo, acabando mais tarde por retirar-se dado não ser essa a sua principal actividade. Aconteceu assim em todas as linhas encerradas no Alentejo e em Trás-os-Montes nos finais dos anos de 1980. O PÚBLICO apurou que a Refer não tem qualquer calendarização para reabilitar e reabrir aquelas três linhas.

O GAFNA - Grupo de Amigos da Ferrovia Norte Alentejana emitiu um comunicado no qual diz que o distrito de Portalegre e o Alentejo "estão de luto" por ter sido suprimido, ao fim de 131 anos, o serviço regional ferroviário no ramal de Cáceres. E acusa a CP de contribuir para aumentar o isolamento geográfico de um vasto território (o ramal de Cáceres liga Torre das Vargens a Beirã-Marvão numa distância de 65 quilómetros), diminuindo a mobilidade das populações, dado que a alternativa rodoviária (Rede de Expressos) é mais morosa e mais cara.

E dão um exemplo: uma viagem de Castelo de Vide para Coimbra demora sete horas e 20 minutos em autocarro e custa 26,50 euros; de comboio, mesmo na velha automotora regional a mesma viagem demorava três horas e meia e custava 12 euros (ou 19 euros se se viajasse num Intercidades a partir do Entroncamento).

BEJA - MANIFESTAÇÃO CONFIRMADA PARA DIA 14 DE FEVEREIRO:

A Assembleia Municipal de Beja marcou para o próximo dia 14 uma manifestação na cidade para contestar as intenções da CP relativas às ligações ferroviárias a Beja, porque vão contribuir para "aumentar o isolamento" da região. A manifestação, marcada para as 17h30 no largo da Estação da CP de Beja, é uma das iniciativas que constam numa deliberação que foi aprovada por unanimidade na reunião extraordinária daquele órgão, que decorreu no passado dia 26.

Fonte: Correio do Alentejo

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A EXCEPÇÃO DE PORTUGAL NO TRANSPORTE FERROVIÁRIO:



(Clicar nas imagens 2x para ver mais ampliado)

Fonte: Jonal Público, 2 de Fevereiro, 2011, pág. 20-21.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

PORTUGAL PERDEU 43 POR CENTO DOS PASSAGEIROS DE COMBOIO EM 20 ANOS:



Estação de Beja, Janeiro 2011, Rita Cortês

Duas décadas de aposta em auto-estradas e de fechos sucessivos de linhas de comboio fizeram com que Portugal perdesse, durante este período, 99 milhões de passageiros de caminhos-de-ferro.

Dos 231 milhões de viagens de comboio realizadas em 1988, passou-se para 131 milhões em 2009, uma redução de 43 por cento.

Este número ilustra, de forma clara, o que tem sido a evolução do uso da ferrovia em Portugal, em contraponto claro com aquilo que se passa na maior parte dos outros países europeus. E faz com que se questione o impacto das políticas seguidas neste sector no passado e no presente.

Ontem, foi retirado o serviço ferroviário regional em mais 138 quilómetros de vias-férreas, depois de, no ano passado, se terem encerrado 144 quilómetros de linhas (com a promessa de reabilitação que não aconteceu).

Este acto de gestão é defendido como uma forma de reduzir o défice da CP, permitindo à empresa melhor concentrar a sua oferta nos grandes eixos onde o caminho-de-ferro cumpre a sua função de transporte de grandes massas.

No entanto, o que as estatísticas dos últimos 20 anos provam é que sempre que se cortaram linhas férreas, o número de passageiros diminuiu. Em 1990, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, reduziram-se abruptamente 700 quilómetros de vias-férreas, sobretudo em Trás-os-Montes e no Alentejo. O resultado foi que as linhas principais, vendo-se amputadas dos ramais que as alimentavam, ficaram com menos gente.

Mas poder-se-ia ainda argumentar que com os ramais fechados, desapareceram os clientes que só faziam distâncias curtas (nada apropriadas a um sistema pesado como é o ferroviário e, logo, mais adaptados ao autocarro), aumentando o número de passageiros que viajam de comboio em percursos superiores. Errado mais uma vez: a prática demonstra o contrário. O número de passageiros por quilómetro percorrido) era de 6 milhões em 1988, baixou para 5,6 em 1991 e é agora de 3,7 milhões.

Dito de outra maneira, enquanto em 1989 cada português fazia uma média de 22 viagens de comboio por ano (em termos absolutos), hoje só faz dez.

E será que os resultados da CP melhoram, com a redução de linha? Também aqui as tendências pesadas do passado provam exactamente o oposto. E mostram mais: que quem ganha com o negócio são sempre os autocarros e, claro, o transporte individual.

Caso único na Europa

A quota de mercado do caminho-de-ferro no transporte de passageiros afundou-se em cerca de 66 por cento entre 1990 e 2008. Essa quota face à rodovia não passa hoje dos 4,4.

É claro que para isto muito contribuiu a forte aposta na infra-estruturação rodoviária do país. Os números do Portugal do betão e do alcatrão são significativos: o pequeno país periférico tem 20 metros de auto-estrada por Km2 contra 16 metros que é a média europeia. Mas na rede ferroviária só possui 31 metros por Km2 contra 47 metros da média da União Europeia.

Não surpreende, assim, que nos países da Europa Ocidental Portugal seja o único que, em 20 anos, perdeu passageiros na ferrovia. É certo que a França, a Holanda e a Suíça tiveram crescimentos modestos - "só" conseguiram transportar cerca de 30 por cento mais de passageiros -, mas isso resulta de serem mercados maduros onde a tradição de andar de comboio é quase ancestral. A Grã-Bretanha, país que foi o berço do caminho-de-ferro, cresceu 53 por cento em 20 anos, a sua vizinha Irlanda 57 por cento, a Bélgica 55,2 por cento e a Alemanha 83 por cento, em parte graças à aposta em comboios de alta velocidade que são um verdadeiro luxo.

Mas o mais curioso é que o único país dos três dígitos é precisamente a Espanha, com um aumento de 157 por cento. Em 20 anos, nuestros hermanos, que apostaram no TGV, passaram de 182 milhões de passageiros dos seus velhos comboios dos anos oitenta (muitos deles, à época, bem piores do que os portugueses) para 467 milhões de clientes da ferrovia. Um aumento que contrasta com o envergonhado decréscimo de passageiros de comboio de 43 por cento no cantinho luso.

O que falhou, então?

A resposta terá que ser dada mais pelo lado da rodovia do que da ferrovia. Entre 1992 e 2008, por cada euro investido no caminho-de-ferro eram aplicados 3,3 euros na rodovia. Durante este período, a Refer investiu 5,9 mil milhões de euros e os contratos da Estradas de Portugal para construção de novas vias rodoviárias atingia 19,8 mil milhões de euros.

E a divergência tem vindo a acentuar-se. Por exemplo, em 1995, enquanto a Refer investia 250 milhões de euros nos carris, a Estradas de Portugal avançava com um pacote de 12 novas concessões (três delas vindas do Governo de Durão Barroso) no valor de 4,5 mil milhões de euros relativos a 2500 quilómetros de estradas.

Álvaro Costa, especialista em Transportes na Faculdade de Engenharia do Porto, diz que os 40 milhões de passageiros perdidos na ferrovia não são mais do que o reflexo da política seguida em Portugal em relação ao investimento público em infra-estruturas de transporte e a sua forma de financiamento.

"Tem-se investido muito na construção de auto-estradas, algumas com índices de utilização muito baixos, mas, como o financiamento está contratualizado com o sector privado, não existe nenhuma vantagem em encerrarem, porque daí não resultaria nenhuma vantagem para o Estado", explica. Já com as linhas de caminho -de-ferro é muito diferente porque o seu encerramento faz o Estado poupar custos e o sector rodoviário ganhar passageiros e aumentar a procura. É por isto que Álvaro Costa entende que o sector privado deveria ter sido mais envolvido na exploração das linhas de caminho-de-ferro. "Se assim fosse, talvez a situação fosse diferente da actual", diz.

Nelson Oliveira, presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Caminhos-de-Ferro (que congrega 1100 associados), chama a atenção para o facto de não só se terem perdido passageiros, como os défices da CP e da Refer terem vindo sempre a aumentar.

E questiona se os objectivos comerciais e técnicos estabelecidos pelos decisores nas últimas décadas eram os mais adequados. Por exemplo: "Será que o custo-benefício da modernização da Linha do Sul foi vantajoso para ainda se demorar três horas na ligação mais rápida entre Lisboa e Faro? Será este tempo concorrencial com o transporte individual?"

Mas há mais perguntas: "Apesar dos encerramentos nos últimos 20 anos, melhoraram os resultados? Há mais passageiros? Os prejuízos das empresas são menores? Não. Por isso, o problema tem certamente outras causas. Não são os serviços alegadamente deficitários os culpados".

O também engenheiro com uma pós-gradução em Caminhos-de-Ferro aponta outras causas para este declínio: "Um Estado que não fiscaliza como é prestado o serviço de transportes públicos, uma política que insiste em duplicar auto-estradas em zonas já servidas pelo caminho-de-ferro, uma política que encerra linhas férreas onde alegadamente há pouco tráfego (sem questionar se o serviço comercial prestado é o mais adequado), mas não constrói vias-férreas onde elas são necessárias, como é o caso de Viseu, uma das maiores cidades da Europa que não são servidas pelo comboio".

Nelson Oliveira critica também "o sucessivo espartilhar dos diversos serviços, com uma artificial separação entre longo curso, regionais e suburbanos que torna o comboio pouco atractivo para quem tenha necessidades de usar mais do que um comboio". É por isso, explica, que o encerramento de ramais e diminuição de serviços regionais afasta cada vez mais o público. E conclui: "Os decisores parecem esquecer-se de que estes serviços também alimentam os serviços principais com passageiros. A prosseguir este caminho, mata-se o doente à procura da cura."


Fonte: Jornal Público, 2 de Fevereiro de 2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CP CEDE NA LIGAÇÃO BEJA-FUNCHEIRA?


Estação de Beja, Janeiro 2011, Rita Cortês

Comboios: CP não suspendeu a ligação regional entre Beja e Funcheira
A CP dá sinais de cedência em Beja. A empresa não suprimiu hoje a ligação regional da Linha do Alentejo, entre Beja e Funcheira. O serviço regional é o mais afectado no Plano de Actividades para 2011.

A CP-Comboios de Portugal, dá os primeiros sinais de cedência sobre as suas decisões para a Linha do Alentejo.

A ligação regional da Linha do Alentejo, entre Beja e Funcheira, não foi hoje suprimida, conforme a CP tinha previsto e a Voz da Planície tinha divulgado em meados do mês passado de acordo com dados apurados junto de fonte da empresa em Beja. A supressão da da oferta ferroviária na Linha do Alentejo, naquele troço, consta do Plano de Actividades para 2011, apresentado ao Governo pela CP-Comboios de Portugal.

Segundo apurou a nossa estação junto da mesma fonte, o mês de Maio, altura em que as obras na Linha do Alentejo deverão estar terminadas, é apontada como a nova data para a supressão da ligação Beja-Funcheira.

Contrariando a prática dos últimos tempos em que a ligação a partir da estação de Beja era feita por táxis, esta manhã na linha nº. 2, estava à disposição dos passageiros uma automotora diesel, para os transportar para a Funcheira.

Fonte: Rádio Voz da Planície

A ÚLTIMA VIAGEM DA AUTOMOTORA ENTRE TORRE DAS VARGENS E BEIRÃ (MARVÃO) - 1 DE FEVEREIRO DE 2011:


Estação da Beirã (Marvão), 1 Fevereiro 2011, foto Nuno Ferreira Santos, Jornal Público.