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terça-feira, 13 de outubro de 2015

VIAJAR DE E PARA BEJA TRANSFORMOU-SE NUM CALVÁRIO:

Comunidade alentejana perdeu o acesso directo ao Intercidades e ganhou uma automotora “carrancuda” que soma avarias e acrescenta desconforto e incumprimento dos horários.



«Gabriel Gaitinha chegou à estação Oriente, carregado de malas, vindo de Coimbra na viatura de um amigo. O cansaço era muito e estava ansioso por estender as pernas na viagem para Beja. “No comboio não vou tão atravancado como nos autocarros” comentou ao PÚBLICO dias depois da viagem que, jura agora, tão cedo não vai repetir. A viagem ferroviária de e até à cidade alentejana é, desde a suspensão da ligação directa, um autêntico calvário.O Intercidades com destino a Évora e Beja partia às 19h. “Não havia um lugar vago”, recorda Gabriel Gaitinha. Com 20 minutos de atraso, a composição inicia a marcha. O ambiente lembrou ao passageiro vindo de Coimbra as quadras do “Comboio descendente” que Fernando Pessoa escreveu e José Afonso musicou. “(…) Vinha tudo à gargalhada/ Uns por verem rir os outros/E outros sem ser por nada.”Gaitinha olhou de uma ponta à outra da carruagem e reparou que existia “alegria, gargalhadas, entusiasmo…” Era sexta-feira e, por este facto, o número de jovens que frequentam o ensino universitário e rumavam a casa no fim-de-semana, marcava o ambiente de boa disposição e de alguma ansiedade. As crianças, animadas, oram riam ora faziam birras, mas ninguém comentava o atraso de 20 minutos na partida.Após cerca de hora e meia de viagem, a composição parou na estação de Casa Branca. “Faltavam 10 minutos para as 21h”, recorda Gabriel Gaitinha. Os passageiros com destino a Beja fazem aqui o transbordo para o comboio regional, uma contrariedade que acontece, desde 2011, altura em que a CP suspendeu o Intercidades directo para a capital do Baixo Alentejo.António Marques Colaço, outro dos passageiros com destino a Beja, sublinhou as dificuldades das famílias com filhos “carregadas de malas, sacos e embrulhos”. Imagina o que será o transbordo nos dias de chuva ou sol intenso já que não há resguardo adequado na estação de Casa Branca.Descreve o que aconteceu a seguir. “O comboio não pegava. Meteram-se debaixo da máquina e, porrada daqui, porrada dali, mesmo assim não o punham a andar”. Os passageiros começam a revelar alguma incomodidade. Até que sentem um puxão forte e o regional retomou a marcha. A calma regressa. Poucos quilómetros andados, a composição parou novamente no meio de nada.Houve-se um assoprar forte, que pareceu de ar comprimido. Alguém comentou: “Isto ainda vai rebentar”. Uns riem, outros resmungam “e o revisor, coitado, que também faz de mecânico, atravessou o interior da carruagem desfraldado, limpando a cara dos sinais de esforço”, observou Marques Colaço.Quando os sinais de impaciência já se começavam a revelar, a composição retoma a marcha, para voltar a parar mais adiante. Gabriel Gaitinha regressa a Fernando Pessoa. “Enquanto na primeira parte do poema existe boa disposição, alegria… a terceira estrofe denota o estado de alma de pessoas cansadas, resignadas: “Mas que grande reinação! /Uns dormindo, outros com sono/ E outros nem sim nem não”.Com uma hora de atraso, o comboio regional entra finalmente na gare da estação de Beja. A mole humana bloqueia a porta de saída. O cansaço, revelador da tensão acabada de viver, é superado pelo reencontro familiar, os beijos e os abraços misturados com a pergunta quase unânime: “Então, o que é que aconteceu?”O episódio retratado é apenas mais um entre muitos que acontecem desde 2011, data da suspensão do Intercidades directo de e para Beja. Em forma de compensação, a prometeu novas automotoras, “modernizadas”, com um conforto “equivalente” aos comboios Intercidades, prometendo até que a viagem entre Lisboa e Beja “irá durar menos quatro a cinco minutos”.Acontece que os atrasos na partida e na chegada a Beja têm sido uma constante. Mas este não é o único problema a justificar os protestos crescentes da população: São vários os comboios que partem sem que a bilheteira esteja aberta, o que obriga os passageiros a comprar bilhete quando chegam à Estação Oriente, em Lisboa.Florival Baioa, membro do movimento “Beja Merece” que reivindica o regresso do Intercidades e a electrificação da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja, garante que “há passageiros a utilizar o Intercidades sem pagar bilhete porque não têm como poder fazê-lo”. E acusa a CP de, com este comportamento, ter um propósito: “Acabar com a ligação ferroviária”.A empresa colocou em Beja uma automotora “carrancuda” que “avaria com frequência”, critica Baioa, destacando o enorme caudal de queixas que recebe das pessoas afectadas pelos atrasos “constantes” deste transporte.»
Jornal Público
CARLOS DIAS 13/10/2015 - 07:07

domingo, 24 de julho de 2011

terça-feira, 5 de julho de 2011

CARLOS MOEDAS PROMETE "TENTAR LUTAR" PELAS LIGAÇÕES FERROVIÁRIAS A BEJA

«O Governo de José Sócrates propôs à troika o encerramento de 794 quilómetros de vias-férreas com particular incidência no Norte e no Alentejo. De acordo com o Jornal “Público” o estudo realizado à revelia da Refer, por uma equipa conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas e Transportes, prevê o fecho da Linha do Alentejo entre Casa Branca e Ourique numa extensão de 116 quilómetros. Beja ficaria assim sem comboios. Carlos Moedas, candidato do PSD por Beja nas últimas legislativas e actual Secretário de Estado Adjunto do Primeiro -ministro, afirmou à Rádio Pax que desconhece o estudo e por isso não se pronuncia sobre o mesmo. O governante entende que “é muito importante para o Alentejo ter ligações ferroviárias ao centro do país, sobretudo a Lisboa” e prometeu, como Português, “tentar lutar para que isso [ligação ferroviária a Beja] não desapareça”.»

Fonte: Rádio Pax

domingo, 26 de junho de 2011

ESTUDO ENTREGUE À TROIKA PROPÕE O FECHO DE 800Km LINHA FÉRREA:

"Documento feito, à revelia da Refer, pelo anterior Governo do PS deixa a rede ferroviária circunscrita basicamente ao eixo Braga-Faro, Beira Alta e Beira Baixa. Restantes linhas seriam amputadas ou desapareceriam




A concretizar-se, será uma razia idêntica à do fim dos anos de 1980, quando Portugal encerrou 800 quilómetros de linhas de caminho-de-ferro, sobretudo no Alentejo e em Trás-os-Montes. O Governo de José Sócrates propôs à troika o encerramento de 794 quilómetros de vias-férreas, também com particular incidência no Norte e no Alentejo, mas desta vez incluindo algumas linhas do litoral, como a própria Linha do Oeste, que seria encerrada entre Louriçal e Torres Vedras (127 quilómetros).

O estudo foi realizado, à revelia da Refer, por uma equipa conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas e Transportes. E consolida o fim das linhas que até agora estavam encerradas "provisoriamente" à espera de obras de modernização (Corgo, Tâmega, Tua e troços Figueira da Foz-Pampilhosa e Guarda-Covilhã, num total de 192 quilómetros). Inclui também a Linha do Douro, entre Régua e Pocinho (68 quilómetros), a Linha do Leste entre Abrantes e Elvas (130 quilómetros), a Linha do Vouga (96 quilómetros), o ramal de Cáceres (65 quilómetros), a Linha do Alentejo entre Casa Branca e Ourique (116 quilómetros). Esta última deixaria Beja sem comboios, apesar de, neste momento, a CP estar a preparar uma oferta especial desta cidade aos Intercidades de Évora.

O documento foi apresentado à troika como uma medida eficaz de redução da despesa pública, uma vez que tem um forte impacto simultâneo nas contas da Refer e da CP. Na primeira empresa reduz custos de manutenção e de exploração e na segunda permite-lhe acabar com o serviço regional onde este é mais deficitário (embora nalgumas linhas a abater exista um significativo tráfego de mercadorias).

O impacto deste eventual encerramento deixa a rede ferroviária circunscrita basicamente ao eixo Braga-Faro, Beira Alta e Beira Baixa, desaparecendo as restantes linhas, sendo amputadas outras.

O PÚBLICO apurou que a administração da Refer não subscreve esta visão sobre a ferrovia portuguesa e que tem em cima da mesa um documento de trabalho - ainda não terminado - com uma proposta de cortes mais modesta.

Nela se mantém o fecho das linhas já encerradas (com excepção da ligação Guarda-Covilhã) e se estuda o encerramento do ramal de Cáceres (Torres das Vargens-Marvão), a Linha do Vouga apenas entre Albergaria e Águeda (14 quilómetros) e a Linha do Alentejo entre Beja e Ourique (36 quilómetros). No total, são 240 quilómetros, contra os 800 preconizados no documento elaborado pela equipa mista das Obras Públicas e das Finanças do Governo anterior, liderado pelo PS.

Técnicos da Refer contactados pelo PÚBLICO dizem que esta é uma proposta "cega" e que ignora a importância das redundâncias do sistema. Por exemplo, a Linha do Oeste serve de alternativa à Linha do Norte e a do Alentejo à do Sul. O encerramento conjunto do ramal de Cáceres e da Linha do Leste privaria Portugal de qualquer ligação ferroviária a Espanha a sul de Vilar Formoso, aumentando a distância dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa a Madrid e à Estremadura espanhola.

No Douro, o encerramento da linha a jusante da Régua compromete o desenvolvimento turístico da região, que é património mundial. Paradoxalmente, o que os autarcas da região têm vindo a pedir é a reabertura do troço Pocinho-Barca de Alva para fins turísticos e para aproximar a região do mercado espanhol.

Outro paradoxo é a linha entre Guarda e Covilhã, na qual a Refer tem investido, nos últimos sete anos, dezenas de milhões de euros e onde decorrem presentemente investimentos de 7,7 milhões de euros para reparação de túneis. Este troço arrisca-se a não reabrir depois deste dinheiro gasto. "


segunda-feira, 30 de maio de 2011

ENQUANTO NÃO HÁ COMBOIOS É A ISTO QUE NOS TEMOS DE SUJEITAR:



Estação de Camionagem de Beja, Maio 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

SECRETÁRIO DE ESTADO DOS TRANSPORTES DEFENDE LIGAÇÃO BEJA-SINES:


"Na intervenção durante o “Fórum Baixo Alentejo-Construir o Futuro”, o secretário de Estado dos Transportes defendeu como mais importante a ligação ferroviária Beja-Sines do que a Beja-Casa Branca (Lisboa).
Falando como um dos oradores do “Fórum Baixo Alentejo-Construir o Futuro”, promovido pela Federação do Partido Socialista, no quarto painel dedicado ao tema “Turismo, aeroporto e acessibilidades”, o secretário de Estado dos Transportes, defendeu que Beja deve ser colocada no corredor logístico de Sines, como ponto de atracção de actividades económicas “valorizando o aeroporto e o porto”.
Carlos Correia da Fonseca (na foto), referiu que suas necessárias “opções sérias e necessárias” , defendendo que a “maior prioridade” ferroviária será Beja-Sines “e não tanto”, Beja-Casa Branca.
A defesa da ligação ferroviária, feita pelo secretário de Estado, enquadrou-se no facto de aeroporto, portos e estradas “só por si, não serem nada”, sustentando que devem ser criadas “cadeias logísticas”.
Florival Baiôa, presidente da Associação para a Defesa do Património de Beja, concorda com o plano integrado ferroviário para a região que o secretário de Estado defende, mas, “incluindo a ligação intercidades a Lisboa”, deixando o “recado” aos autarcas que “todos devem defender o interesse comum e não os do seu concelho”. Recorde-se que na sessão de encerramento do fórum, o presidente da Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista justificou que nos últimos anos a região “recebeu os maiores investimentos de sempre”, citando entre outros a construção do aeroporto e do IP 8."

Fonte: Voz da Planície