terça-feira, 6 de junho de 2017
Automotora Beja - Casa Branca
Um We are the world alentejano em luta pelo comboio Beja-Lisboa
“Temos de recorrer ao sarcasmo alentejano para reagir”, diz FABIO TEIXEIRA
À medida que a temperatura sobe gradualmente na região alentejana, a paciência da população de Beja esgota-se na expectativa sistematicamente gorada de poder vir a ter viagens de comboio que respeitem os horários, em carruagens que não cheirem mal e permitam aos passageiros verem a paisagem. Os grafittis cobrem as janelas de tinta espessa, o que confere ao interior um ambiente pesado. Os alentejanos preparam agora formas de luta e a música será uma das armas.
“Temos de recorrer ao sarcasmo tipicamente alentejano, a uma linguagem mais ácida para reagir contra a omissão e a indiferença”, propôs o médico João Lemos, no decorrer do encontro que a Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB) realizou no final da semana passada na capital do Baixo Alentejo para debater formas “mais activas de luta” pela melhoria do transporte ferroviário que serve a região de Beja.
Os passageiros revoltados pelo mau serviço prestado pela CP já comparam a única automotora que faz as ligações entre Beja e Casa Branca a uma “carroça”. Quando as temperaturas oscilarem entre os 35º e os 40º centígrados, “os que saem de Beja na composição das 4h11 chegam à Casa Branca desfeitas com o calor”, antecipou uma utente presente no encontro. Critica ainda as dificuldades que tanto idosos como jovens encontram para entrar nas carruagens pelo acumular de malas junto à entrada e nos corredores da composição que “não obedecem às condições mínimas de mobilidade”, observa.
Pedro Vasconcelos, também médico, sugeriu que “deviam ser imputadas responsabilidades à CP por problemas de saúde que possam ser consequência do mau transporte” que é colocado à disposição dos que residem na região de Beja. Muitos passageiros que escolhem o comboio como meio de transporte são pessoas idosas que “na sua maior parte rumam a Lisboa para tratamento ou observação médica”, acrescenta Florival Baiôa, presidente da ADPB, referindo que os protestos da população subiram de tom.
As recentes declarações do primeiro-ministro António Costa a anunciar obras no caminho-de-ferro em Évora — “quando em Beja, a partir das 19h, não há qualquer transporte público de e para Beja” — foram a gota que encheu o copo da contestação popular.
Cansados de tentar superar o contencioso existente, através do diálogo, Baiôa anunciou que devem ser encetadas “formas mais activas” de protesto, ao mesmo tempo que deve ser exigido aos três deputados eleitos pelo círculo de Beja (PS, CDU e PSD) e presidentes de câmara do distrito que “tirem a máscara e dêem a cara” pela luta da população.
As acções a desencadear, no imediato, passam por “encaminhar protesto para a União Europeia”, ir até à Casa Branca de comboio e após a chegada proceder “à lavagem da carruagem que está coberta de grafittis e cheira mal”.
A radicalização da luta pode passar pela instalação de uma fronteira simbólica a delimitar o Baixo Alentejo e “fechar a rotunda à entrada de Beja que dá acesso a Lisboa, Espanha, Évora e Algarve” para realizar um piquenique.
Numa fase posterior, ainda em preparação, será dada voz a “todos os músicos naturais de Beja”, entre eles António Zambujo e os Virgem Sutra, grupos corais, Coro de Câmara de Beja, crianças e jovens das escolas da cidade, que, em uníssono, vão cantar estilo We are the World na escadaria do Museu Regional de Beja, uma moda de protesto que tem como refrão: Beja merece/pelas pessoas que tem/Muito mais do que desdém/e beijinhos de eleição/ Beja merece/Um comboio, um avião/Uma estrada, pois então/Para me vires abraçar.
O presidente da ADPB explica que a população pretende “ter acesso a um comboio com qualidade, comodidade e que proporcione aos cidadãos do distrito o mesmo tratamento que os restantes portugueses já usufruem em outras regiões do país”.
CP confirma constrangimentos
Em resposta a um conjunto de questões colocado pelo PÚBLICO, uma fonte da CP confirma que o material circulante que faz a ligação entre Casa Branca e Beja “apresenta uma idade bastante avançada, atingindo já uma média de cerca de 50 anos (são de 1965)”.
Esclarece ainda que apesar da modernização realizada entre 1999/2002 na frota de automotoras UDD450, estes equipamentos “apresentam um potencial de vida útil adicional inferior a dez anos, encontrando-se completamente desadequada para o serviço que assegura”.
As composições colocadas no ramal ferroviário que serve Beja circulam a “baixas velocidades comerciais, com tempos de percurso elevados, têm baixa fiabilidade e elevados custos de manutenção, necessários para manter uma frota em final de vida e exigem uma manutenção frequente e cara e consequentemente baixos índices de produtividade”.
A CP diz que está obrigada a recorrer a automotoras de diesel, alegando que linha férrea Casa Branca/Beja “não está ainda electrificada. A empresa imputa a principal causa de atrasos na Linha do Alentejo às avarias ou anomalias de material, “perfazendo cerca de 78% dos atrasos verificados”, assinala. Relativamente às avarias no sistema de ar condicionado, ocorreram “apenas três” entre Janeiro e 15 de Maio, garante. Reagindo às críticas de falta de higiene das composições, a CP diz que as auditorias mensalmente efectuadas ao interior dos veículos “não indiciam nenhuma falha de higiene”. No entanto, a empresa diz ter noção que ao nível do exterior do material circulante, “a existência de grafittis e sujidade requerem melhorias”. Para superar esta situação anómala a empresa aguarda pela entrada em vigor do “novo contrato de remoção de grafittis”.
“Mesmo com os constrangimentos descritos” a CP reconhece que tem sido possível “aumentar significativamente o número de passageiros transportados”. O movimento anual de passageiros passou dos 118.508 em 2014 para os 139.873 em 2016, “um aumento gigantesco” de 18,4%, sublinha a empresa. Em 2017, no período entre Janeiro e final de Abril, o número de passageiros passou dos 47.052 registados em 2016 para os 49.277 em 2017, o que significa um aumento de 4,7%.
À medida que a temperatura sobe gradualmente na região alentejana, a paciência da população de Beja esgota-se na expectativa sistematicamente gorada de poder vir a ter viagens de comboio que respeitem os horários, em carruagens que não cheirem mal e permitam aos passageiros verem a paisagem. Os grafittis cobrem as janelas de tinta espessa, o que confere ao interior um ambiente pesado. Os alentejanos preparam agora formas de luta e a música será uma das armas.
“Temos de recorrer ao sarcasmo tipicamente alentejano, a uma linguagem mais ácida para reagir contra a omissão e a indiferença”, propôs o médico João Lemos, no decorrer do encontro que a Associação de Defesa do Património de Beja (ADPB) realizou no final da semana passada na capital do Baixo Alentejo para debater formas “mais activas de luta” pela melhoria do transporte ferroviário que serve a região de Beja.
Os passageiros revoltados pelo mau serviço prestado pela CP já comparam a única automotora que faz as ligações entre Beja e Casa Branca a uma “carroça”. Quando as temperaturas oscilarem entre os 35º e os 40º centígrados, “os que saem de Beja na composição das 4h11 chegam à Casa Branca desfeitas com o calor”, antecipou uma utente presente no encontro. Critica ainda as dificuldades que tanto idosos como jovens encontram para entrar nas carruagens pelo acumular de malas junto à entrada e nos corredores da composição que “não obedecem às condições mínimas de mobilidade”, observa.
Pedro Vasconcelos, também médico, sugeriu que “deviam ser imputadas responsabilidades à CP por problemas de saúde que possam ser consequência do mau transporte” que é colocado à disposição dos que residem na região de Beja. Muitos passageiros que escolhem o comboio como meio de transporte são pessoas idosas que “na sua maior parte rumam a Lisboa para tratamento ou observação médica”, acrescenta Florival Baiôa, presidente da ADPB, referindo que os protestos da população subiram de tom.
As recentes declarações do primeiro-ministro António Costa a anunciar obras no caminho-de-ferro em Évora — “quando em Beja, a partir das 19h, não há qualquer transporte público de e para Beja” — foram a gota que encheu o copo da contestação popular.
Cansados de tentar superar o contencioso existente, através do diálogo, Baiôa anunciou que devem ser encetadas “formas mais activas” de protesto, ao mesmo tempo que deve ser exigido aos três deputados eleitos pelo círculo de Beja (PS, CDU e PSD) e presidentes de câmara do distrito que “tirem a máscara e dêem a cara” pela luta da população.
As acções a desencadear, no imediato, passam por “encaminhar protesto para a União Europeia”, ir até à Casa Branca de comboio e após a chegada proceder “à lavagem da carruagem que está coberta de grafittis e cheira mal”.
A radicalização da luta pode passar pela instalação de uma fronteira simbólica a delimitar o Baixo Alentejo e “fechar a rotunda à entrada de Beja que dá acesso a Lisboa, Espanha, Évora e Algarve” para realizar um piquenique.
Numa fase posterior, ainda em preparação, será dada voz a “todos os músicos naturais de Beja”, entre eles António Zambujo e os Virgem Sutra, grupos corais, Coro de Câmara de Beja, crianças e jovens das escolas da cidade, que, em uníssono, vão cantar estilo We are the World na escadaria do Museu Regional de Beja, uma moda de protesto que tem como refrão: Beja merece/pelas pessoas que tem/Muito mais do que desdém/e beijinhos de eleição/ Beja merece/Um comboio, um avião/Uma estrada, pois então/Para me vires abraçar.
O presidente da ADPB explica que a população pretende “ter acesso a um comboio com qualidade, comodidade e que proporcione aos cidadãos do distrito o mesmo tratamento que os restantes portugueses já usufruem em outras regiões do país”.
CP confirma constrangimentos
Em resposta a um conjunto de questões colocado pelo PÚBLICO, uma fonte da CP confirma que o material circulante que faz a ligação entre Casa Branca e Beja “apresenta uma idade bastante avançada, atingindo já uma média de cerca de 50 anos (são de 1965)”.
Esclarece ainda que apesar da modernização realizada entre 1999/2002 na frota de automotoras UDD450, estes equipamentos “apresentam um potencial de vida útil adicional inferior a dez anos, encontrando-se completamente desadequada para o serviço que assegura”.
As composições colocadas no ramal ferroviário que serve Beja circulam a “baixas velocidades comerciais, com tempos de percurso elevados, têm baixa fiabilidade e elevados custos de manutenção, necessários para manter uma frota em final de vida e exigem uma manutenção frequente e cara e consequentemente baixos índices de produtividade”.
A CP diz que está obrigada a recorrer a automotoras de diesel, alegando que linha férrea Casa Branca/Beja “não está ainda electrificada. A empresa imputa a principal causa de atrasos na Linha do Alentejo às avarias ou anomalias de material, “perfazendo cerca de 78% dos atrasos verificados”, assinala. Relativamente às avarias no sistema de ar condicionado, ocorreram “apenas três” entre Janeiro e 15 de Maio, garante. Reagindo às críticas de falta de higiene das composições, a CP diz que as auditorias mensalmente efectuadas ao interior dos veículos “não indiciam nenhuma falha de higiene”. No entanto, a empresa diz ter noção que ao nível do exterior do material circulante, “a existência de grafittis e sujidade requerem melhorias”. Para superar esta situação anómala a empresa aguarda pela entrada em vigor do “novo contrato de remoção de grafittis”.
“Mesmo com os constrangimentos descritos” a CP reconhece que tem sido possível “aumentar significativamente o número de passageiros transportados”. O movimento anual de passageiros passou dos 118.508 em 2014 para os 139.873 em 2016, “um aumento gigantesco” de 18,4%, sublinha a empresa. Em 2017, no período entre Janeiro e final de Abril, o número de passageiros passou dos 47.052 registados em 2016 para os 49.277 em 2017, o que significa um aumento de 4,7%.
https://www.publico.pt/2017/06/06/local/noticia/versao-alentejana-de-we-are-the-world-quer-melhorar-os-comboios-bejalisboa-1774389
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Comunidade alentejana perdeu o acesso directo ao Intercidades e ganhou uma automotora “carrancuda” que soma avarias e acrescenta desconforto e incumprimento dos horários.
«Gabriel Gaitinha chegou à estação Oriente, carregado de malas, vindo de Coimbra na viatura de um amigo. O cansaço era muito e estava ansioso por estender as pernas na viagem para Beja. “No comboio não vou tão atravancado como nos autocarros” comentou ao PÚBLICO dias depois da viagem que, jura agora, tão cedo não vai repetir. A viagem ferroviária de e até à cidade alentejana é, desde a suspensão da ligação directa, um autêntico calvário.O Intercidades com destino a Évora e Beja partia às 19h. “Não havia um lugar vago”, recorda Gabriel Gaitinha. Com 20 minutos de atraso, a composição inicia a marcha. O ambiente lembrou ao passageiro vindo de Coimbra as quadras do “Comboio descendente” que Fernando Pessoa escreveu e José Afonso musicou. “(…) Vinha tudo à gargalhada/ Uns por verem rir os outros/E outros sem ser por nada.”Gaitinha olhou de uma ponta à outra da carruagem e reparou que existia “alegria, gargalhadas, entusiasmo…” Era sexta-feira e, por este facto, o número de jovens que frequentam o ensino universitário e rumavam a casa no fim-de-semana, marcava o ambiente de boa disposição e de alguma ansiedade. As crianças, animadas, oram riam ora faziam birras, mas ninguém comentava o atraso de 20 minutos na partida.Após cerca de hora e meia de viagem, a composição parou na estação de Casa Branca. “Faltavam 10 minutos para as 21h”, recorda Gabriel Gaitinha. Os passageiros com destino a Beja fazem aqui o transbordo para o comboio regional, uma contrariedade que acontece, desde 2011, altura em que a CP suspendeu o Intercidades directo para a capital do Baixo Alentejo.António Marques Colaço, outro dos passageiros com destino a Beja, sublinhou as dificuldades das famílias com filhos “carregadas de malas, sacos e embrulhos”. Imagina o que será o transbordo nos dias de chuva ou sol intenso já que não há resguardo adequado na estação de Casa Branca.Descreve o que aconteceu a seguir. “O comboio não pegava. Meteram-se debaixo da máquina e, porrada daqui, porrada dali, mesmo assim não o punham a andar”. Os passageiros começam a revelar alguma incomodidade. Até que sentem um puxão forte e o regional retomou a marcha. A calma regressa. Poucos quilómetros andados, a composição parou novamente no meio de nada.Houve-se um assoprar forte, que pareceu de ar comprimido. Alguém comentou: “Isto ainda vai rebentar”. Uns riem, outros resmungam “e o revisor, coitado, que também faz de mecânico, atravessou o interior da carruagem desfraldado, limpando a cara dos sinais de esforço”, observou Marques Colaço.Quando os sinais de impaciência já se começavam a revelar, a composição retoma a marcha, para voltar a parar mais adiante. Gabriel Gaitinha regressa a Fernando Pessoa. “Enquanto na primeira parte do poema existe boa disposição, alegria… a terceira estrofe denota o estado de alma de pessoas cansadas, resignadas: “Mas que grande reinação! /Uns dormindo, outros com sono/ E outros nem sim nem não”.Com uma hora de atraso, o comboio regional entra finalmente na gare da estação de Beja. A mole humana bloqueia a porta de saída. O cansaço, revelador da tensão acabada de viver, é superado pelo reencontro familiar, os beijos e os abraços misturados com a pergunta quase unânime: “Então, o que é que aconteceu?”O episódio retratado é apenas mais um entre muitos que acontecem desde 2011, data da suspensão do Intercidades directo de e para Beja. Em forma de compensação, a prometeu novas automotoras, “modernizadas”, com um conforto “equivalente” aos comboios Intercidades, prometendo até que a viagem entre Lisboa e Beja “irá durar menos quatro a cinco minutos”.Acontece que os atrasos na partida e na chegada a Beja têm sido uma constante. Mas este não é o único problema a justificar os protestos crescentes da população: São vários os comboios que partem sem que a bilheteira esteja aberta, o que obriga os passageiros a comprar bilhete quando chegam à Estação Oriente, em Lisboa.Florival Baioa, membro do movimento “Beja Merece” que reivindica o regresso do Intercidades e a electrificação da linha ferroviária entre Casa Branca e Beja, garante que “há passageiros a utilizar o Intercidades sem pagar bilhete porque não têm como poder fazê-lo”. E acusa a CP de, com este comportamento, ter um propósito: “Acabar com a ligação ferroviária”.A empresa colocou em Beja uma automotora “carrancuda” que “avaria com frequência”, critica Baioa, destacando o enorme caudal de queixas que recebe das pessoas afectadas pelos atrasos “constantes” deste transporte.»
Jornal Público
CARLOS DIAS 13/10/2015 - 07:07
segunda-feira, 17 de março de 2014
PS de Beja promove acção “Pelos Comboios”
O PS de Beja entrega no sábado, dia 15, em Lisboa, nas sedes nacionais da CP e da REFER, cartas dirigidas aos conselhos de Administração das duas empresas, com contributos para a melhoria da qualidade de transporte de passageiros de e para o Baixo-Alentejo.
domingo, 1 de janeiro de 2012
domingo, 25 de dezembro de 2011
O presidente da Câmara, Fernando Costa deverá agora apresentá-lo junto da plataforma que foi criada em Leiria durante uma reunião organizada pelo NERLEI, composta por autarcas, empresários, políticos e outras forças vivas da região, antes de o fazer chegar ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiros.
O documento, intitulado “Linha do Oeste – diagnóstico e propostas” foi elaborado pelo caldense Nelson Oliveira, que é especialista em engenharia ferroviária e que se viu confrontado com ausência de elementos que tinham sido pedidos à Refer e à CP, mas que nunca lhe chegaram às mãos.
O secretário de Estado tinha dito a Fernando Costa que as empresas por si tuteladas forneceriam toda a informação necessária para a elaboração do estudo.
Os elementos foram pedido à Secretaria de Estado dos Transportes pela Câmara das Caldas e também por deputados do PSD do distrito de Leiria à Assembleia da República, mas, um mês depois, a Refer diz que não sabia de nada, enquanto que a CP admitia que já tinha enviado “essa informação para a Secretaria de Estado que a deverá encaminhar para a Assembleia da República”.
CP DE COSTAS PARA O MERCADO
Mas mesmo sem esses elementos, o estudo agora concluído constata que há 30 anos que a CP anda na linha do Oeste de costas voltadas para o mercado.Por exemplo, cerca de 80% das relações pendulares dos concelhos de Alcobaça, Nazaré, Marinha Grande e Leiria destinam-se a Coimbra e só 20% à Figueira da Foz, mas a CP sempre insistiu em mandar os comboios para esta última cidade em vez de o fazer para Coimbra, onde existe mais mercado.
Nunca nenhuma administração da CP se deu ao trabalho de explicar por que motivo o serviço do Oeste rebatia sobre a Figueira da Foz e não sobre Coimbra.
O estudo demonstra ainda que a procura tem vindo a aumentar nos últimos seis anos no troço que o governo pretende encerrar, apesar de a velocidade média dos comboios ter já sido maior nos anos oitenta do que na actualidade.
É que o comboio das Caldas para Coimbra demora menos tempo do que os autocarros da Rede de Expressos, além de ser mais barato e cómodo. No entanto, a CP não tem sabido tirar partido desta situação porque só efectua um comboio directo entre Caldas e a cidade do Mondego, com paragens em S. Martinho, Valado, Marinha Grande e Leiria.
O estudo de Nelson Oliveira conclui que é possível – no imediato e sem investimento – aumentar a procura, desde que todos os comboios sigam para Coimbra e que a CP acabe com os transbordos inúteis nas Caldas da Rainha entre as composições que vêm de Lisboa e as que seguem para o norte. Ou seja, pretende-se retomar a continuidade que já existiu entre o troço sul e o troço norte da linha do Oeste.
Estes transbordos nas Caldas já foram explicados pela CP devido à necessidade de abastecer com gasóleo as automotoras e proceder à sua limpeza. Uma justificação inaceitável e que só prova o quanto a empresa vive divorciada do mercado e da realidade pois essas tarefas podem (e devem) ser feitas nas estações términus em Lisboa ou Coimbra.
O governou anunciou o fim do serviço de passageiros em 1 de Janeiro alegando prejuízos de 1,8 milhões de euros em 2010 e uma média de 53 passageiros por comboio, prometendo que seriam criadas concessões rodoviárias alternativas.
Este encerramento foi entretanto adiado, mas na linha do Leste e na troço Beja-Funcheira na linha do Alentejo, o serviço de passageiros vai mesmo desaparecer no início do ano, sem que tenham sido contratualizadas quaisquer concessões com operadores rodoviários.
Preparar-se-á o governo para fazer a mesma coisa com a linha do Oeste? Ou o bom senso ditará que o serviço de passageiros se mantenha, acatando-se as propostas do estudo agora na posse do município das Caldas?
A regiões Oeste e Centro, que utilizam o comboio desde o século XIX mereciam outro tratamento e consideração por parte do governo.»
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
A empresa realça que “atendendo à conjuntura actual, à imperiosa necessidade de redução de custos e aos significativos prejuízos decorrentes dos serviços em causa, não estão reunidas as condições para continuar a assegurar a exploração ferroviária”.
A Ligação Beja- Funcheira, tem custos operacionais na ordem dos 605 mil euros / ano e reduzida procura, em média de 4 Passageiros por comboio, o que resulta em proveitos de apenas 16 mil euros/ ano, revela a CP.
A empresa entende que “o recurso a operadores rodoviários locais será a solução mais adequada para assegurar a mobilidade das populações, tanto no que se refere à necessária sustentabilidade económica, como do ponto de vista ambiental”.
Fonte: Radio Pax
terça-feira, 22 de novembro de 2011
As linhas do Oeste e do Vouga vão manter o serviço de passageiros a partir de Janeiro, ao contrário do que foi anunciado no Plano Estratégico de Transportes (PET) apresentado a 15 de Outubro passado.
O plano previa ainda o encerramento do serviço de passageiros na Linha do Leste, entre Abrantes e Elvas, e o fecho total do troço Beja-Funcheira na Linha do Alentejo. Em alternativa, o Governo anunciava a substituição do serviço ferroviário - tido nestas linhas como "extremamente oneroso e deficitário" - por rodoviário, através de concessões a operadores privados.
"Caso se considere que algum dos serviços de transporte de passageiros que passarão a ser assegurados através de concessões rodoviárias não reúna as condições em tempo útil para o dia 1 de Janeiro, naturalmente que as populações não irão ficar sem transporte público", disse ao PÚBLICO fonte oficial do Ministério da Economia, do Emprego e dos Transportes.
É o caso das linhas do Oeste e do Vouga, que correspondem também às regiões onde tem havido maiores protestos contra os encerramentos. O Governo, porém, sublinha que "isto não corresponde a qualquer recuo nas reformas" e que estas foram aprovadas através de resolução de Conselho de Ministros, o que demonstra bem a prioridade que o Governo lhes atribui".
As concessões rodoviárias para operar nas linhas que venham a encerrar não são uma incumbência da CP (que, enquanto transportadora ferroviária, não tem vocação para tal), mas sim do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), que é o braço armado do Estado para assegurar a mobilidade das populações.
Será a este instituto que compete lançar os concursos públicos destinados a escolher quais as empresas rodoviárias que vão fazer os mesmos percursos dos comboios. O PÚBLICO perguntou ao Governo se as tarifas e os horários serão os mesmos da CP, mas não obteve resposta.
Também não será ainda em Janeiro que serão feitas alterações aos horários e percursos dos comboios internacionais Sud Expresso (Lisboa-Hendaya) e Lusitânia Expresso (Lisboa-Madrid), tal como também estava previsto no PET, mas neste caso as razões prendem-se com a necessidade de negociar essas mudanças com a Renfe, que só soube das intenções do Governo português através da imprensa.
O PET previa cortes no serviço ferroviário em 600 quilómetros de linhas, das quais 144 já estavam, de facto, encerradas pelo Governo anterior, embora com a promessa de virem a reabrir após obras de modernização. Eram os casos das linhas do Tua, Corgo, Tâmega e Figueira da Foz-Pampilhosa.
Nas restantes, mantêm-se as intenções de fecho até ao fim do ano dos 62 quilómetros de via-férrea entre Beja e Funcheira e dos 129 quilómetros entre Abrantes e Elvas, mas, neste último caso, só para o serviço de passageiros.
Um documento do executivo de Sócrates entregue à troika durante o período das negociações admitia que fosse 800 o número de quilómetros a encerrar, o que tem levado o Governo a responder às críticas da oposição do PS que, afinal, fechou menos linhas do que as previstas pelos socialistas.
Os cortes propostos no PET na rede ferroviária nacional permitem à CP poupar 5,6 milhões de euros por ano, o equivalente a 2,9% dos prejuízos que a empresa teve em 2010.
O número de passageiros afectados - que teoricamente deverão passar a andar de autocarro logo que as concessões estejam definidas - é de 829 mil, dos quais as maiores parcelas são, precisamente, as duas linhas cujo encerramento foi adiado: 610 mil no Vouga e 187 mil no Oeste.
Sobre esta última, está a ser realizado um "estudo de sustentabilidade", por iniciativa da Câmara das Caldas da Rainha, que visa apresentar soluções "baratas" à CP destinadas a manter o serviço de passageiros neste eixo ferroviário do litoral, baseadas sobretudo na ligação do Oeste a Coimbra (onde há mais mercado) e não à Figueira da Foz.
A CP ainda mantém o serviço rodoviário de substituição nas linhas do Corgo, Tâmega, Figueira da Foz-Pampilhosa e Guarda-Covilhã (neste caso, devido a obras na via), pelo qual paga 541 mil euros por ano a empresas de camionagem. Historicamente, sempre que se substituiu o serviço ferroviário por rodoviário, este acabou por desaparecer poucos anos depois, como o comprova a experiência das linhas fechadas em Trás-os-Montes e no Alentejo no início da década de 90.
Fonte: Jornal Público - http://jornal.publico.pt/noticia/22-11-2011/linhas-do-vouga-e-do-oeste-ja-nao-vao-fechar-em-janeiro-23468514.htm
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
«Sobre a Estação da Funcheira, escreve o autor: “E que estação!”, descrevendo em seguida os vários elementos, desde as três plataformas, os dois elegantes armazéns, os depósitos de água, os dois magníficos pavilhões com dois pisos - para albergar os ferroviários e suas famílias, a giratória – onde as máquinas faziam a inversão da marcha, as
casas da companhia “(…)e, claro, o monumental edifício principal a que as gentes da serra chamam «Casa da Espera». De facto, é este o centro de todas as atenções, um belo prédio com um corpo central de três pisos e dois laterais com dois cada, dotado de óptimas cantarias, azulejos e trabalhos de massa e metal e um curioso telhado de mansarda cujas telhas imitam vieiras em cerâmica. Diz-se que não há outro igual ou parecido em Portugal e, de facto, apesar de existirem centenas de estações, não consegui descobrir uma que se assemelhasse a esta. É única e bonita. Só a estação em si era motivo de orgulho dos locais e razão para que muitos ferroviários lá quisessem trabalhar.”»
(Contacto do autor da publicação: migasdeportugal@gmail.com)
Fonte: perfumedelaranjeira.blogspot.com
terça-feira, 18 de outubro de 2011
«Um movimento cívico e os autarcas de Castro Verde e Ourique repudiaram hoje a prevista desativação da linha ferroviária entre Beja e Funcheira, enquanto o autarca de Beja defende que a decisão deve considerar a sustentabilidade do serviço.
Segundo um documento preliminar que define a estratégia do Governo para os transportes entre 2011 e 2015, a que a Lusa teve acesso, o executivo prevê desativar até final deste ano, na linha ferroviária do Alentejo, a ligação entre Beja e Funcheira, que assegura a ligação ao Algarve e passa pelos concelhos de Castro Verde e Ourique.
De acordo com o documento, a mobilidade das populações será "assegurada" através de "concessões rodoviárias" e o Governo vai manter a ligação ferroviária de mercadorias às minas de Neves Corvo (Castro Verde).
"Não vemos com agrado o encerramento" da ligação e "será um erro, para já, acabar" com a linha, porque "temos quase a certeza absoluta de que será importante num futuro próximo", disse hoje à Lusa Florival Baioa, do movimento ‘Beja Merece’, criado para defender a manutenção da ligação, entre outras reivindicações.
A desativação da linha está prevista no orçamento deste ano da CP. "Já sabíamos que isso iria suceder", lembrou, referindo que "em vez de se melhorar a linha prefere-se extinguir", o que irá impedir que haja uma ligação ferroviária pelo interior entre as três capitais do sul (Évora, Beja e Faro).
O presidente da Câmara de Castro Verde, Francisco Duarte (CDU), afirmou à Lusa não concordar com a desativação da linha, que, a concretizar-se, será "mais um contributo decisivo para a desertificação humana da região e a quebra da qualidade de vida das populações".
O município "repudia frontalmente o esquecimento do Alentejo em termos de estratégia ferroviária", disse, defendendo que a linha "deveria ser melhorada" em vez de desativada, e o transporte alternativo através de concessões rodoviárias "de maneira nenhuma constitui uma resposta cabal às necessidades das populações".
Para o presidente da Câmara de Ourique, Pedro do Carmo (PS), a desativação da linha "é mais uma machadada grave na mobilidade das populações" e irá contribuir para "a desertificação e o abandono do interior".
"É muito preocupante e uma forma de nos matarem lentamente", disse, referindo que "está em cima da mesa a extinção de municípios e freguesias" e o que se pode "aflorar" da eventual desativação da linha "é que se não nos matam de uma maneira matam-nos de outra".
O autarca considerou: "Com a estratégia de cortes, de desativar linhas férreas e de não construir novas estradas caminhamos para o abismo" e "pouco mais há a dizer que não seja indignarmo-nos".
Já o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente (PS), defendeu que a eventual desativação terá que ser analisada com base no movimento de passageiros e na sustentabilidade do serviço.
"Não sei qual é o movimento e não sei se será sustentável manter o serviço" ou se, "preferencialmente e com benefícios para os utentes", deve ser "substituído por uma ligação de outro tipo", que permita aos utentes apanharem, na Funcheira ou noutro sítio, o comboio para o Algarve, disse.
O responsável disse que “tem que ser feita uma análise dos custos e dos benefícios", com realismo, porque ter uma linha ativa com "custos elevadíssimos" para transportar poucos passageiros "não é solução". No seu entender, resta saber se haveria uma procura significativa que viabilizasse o serviço se houvesse investimentos para melhorar as condições da linha.»
Fonte: Diário Online
domingo, 16 de outubro de 2011
«O Governo vai desactivar, até ao final do ano, a linha ferroviária do Alentejo para transporte de passageiros entre Beja e a Funcheira, e o serviço, também de passageiros, da linha do Oeste, entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz. A linha do Vouga fica totalmente desactivada.
O transporte de mercadorias vai, contudo, manter-se no Oeste e no Alentejo, prevê o Plano Estratégico de Transportes (PET), onde é também definida a desactivação do ramal de Cáceres e do troço Figueira da Foz – Pampilhosa e das linhas do Tua, Tâmega, Corgo e Figueira da Foz (as últimas quatro tinham sido “provisoriamente encerradas” pelo governo anterior com a promessa de reabertura após reabilitação).
O transporte de passageiros entre Beja e a Funcheira, entre Caldas da Rainha e a Figueira da Foz, e na linha do Vouga, passará a ser assegurado com concessões rodoviárias para os mesmos percursos até aqui realizados pelos serviços da CP.
O encerramento da linha do Vouga (que serve Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Águeda nas suas ligações a Espinho e Aveiro) acontece depois de, nos últimos três anos, a Refer ter investido 3,7 milhões de euros para automatizar 50 passagens de nível.
Na linha do Oeste, é encerrado precisamente o troço onde a CP era mais competitiva em relação à Rede de Expressos. O comboio é mais rápido e mais barato do que o autocarro na ligação a Coimbra, mas a CP só tinha um comboio por dia para aquele destino.
No documento a que o PÚBLICO teve acesso, onde se detalha a racionalização da rede ferroviária, o Governo prevê ainda acabar com o Sud-Express (Lisboa-Hendaya com ligação ao TGV para Paris).
Quem quiser viajar de comboio além Pirinéus, terá de viajar no Lusitânia Express (Lisboa-Madrid) até Valladolid, onde fará transbordo para uma composição espanhola.
O Lusitânia, por seu turno, deixará de servir Abrantes e Cáceres e passará a circular pela Beira Alta, Salamanca, Valladolid e Madrid.
A CP tem actualmente um passivo de 3796 milhões de euros (contra um activo de 1346 milhões de euros), um desequilíbrio que o executivo explica com “sucessivos anos de défice operacional e de investimento”.»
Fonte: Jornal Público
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
«A Assembleia Municipal de Vidigueira aprovou por maioria uma moção em defesa das ligações ferroviárias Beja-Lisboa-Beja.
A Assembleia Municipal considera que “no Distrito todas as autarquias, partidos políticos, instituições e movimentos estão de acordo com a electrificação e a ligação directa do comboio intercidades Beja – Lisboa e a ligação ao Algarve (Funcheira)”. Nesse sentido decidiu “não desistir da luta pela exigência da electrificação e ligação directa entre Beja e Lisboa”. Na moção é defendida “a manutenção da ligação ao Algarve (Funcheira)”.
A Assembleia Municipal lamenta o resultado da votação dos Projectos de Resolução apresentados na Assembleia da República e exige do Governo e da CP “uma nova e positiva atitude e a consideração em próximo Plano de Actividades destas reivindicações de toda a região, assumindo, de facto, a enorme importância que estas têm para a qualificação e desenvolvimento do Distrito de Beja”.
A Moção foi enviada ao Presidente da República, Presidente do Conselho de Administração da CP, Grupos Parlamentares, presidência da Mesa da Assembleia da República, Ministro das Comunicações e Obras Públicas e Primeiro-ministro.»
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
A CP anuncia na sua página online que a partir de dia 16, terça-feira, será suprimido em todo o percurso o comboio Intercidades 581; com partida de Casa Branca às 07h16 e chegada a Beja às 08h07. A CP informa que vai criar uma ligação regional com partida de Beja às 19h25, chegada a Cuba às 19h37, Alvito 19h46 e Vila Nova da Baronia às 19h54. Em sentido inverso é criada uma ligação com partida de Vila Nova da Baronia às 07h08, com chegada a Alvito às 07h15, a Cuba às 07h25 e a Beja às 07h40. Este horário vai servir os utentes que utilizam a linha para deslocações para o trabalho.
Fonte: Rádio Pax
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
O movimento de cidadãos “Beja Merece” revelou que o Governo e a administração da CP vão “analisar e estudar” a eventual eletrificação do troço ferroviário Casa Branca-Beja, da Linha do Alentejo.
O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, “disse-nos que vão decorrer reuniões entre o Governo e a CP para analisar e estudar a modernização e a eletrificação” do troço Casa Branca-Beja, disse à agência Lusa Florival Baioa, do movimento.
Florival Baioa falava após representantes do movimento terem reunido hoje com o governante, em Lisboa, para apresentarem as suas reivindicações e saber qual a política do Governo para as ligações ferroviárias a Beja e ao Baixo-Alentejo.
Segundo Florival Baioa, o secretário de Estado disse que “não pode haver um compromisso direto do Governo sobre o que irá ser feito, sem que, primeiro, seja feita uma análise conjunta com a CP para se avaliar a viabilidade e os aspetos técnicos da modernização e da eletrificação” do troço Casa Branca-Beja.
“Dentro de algumas semanas se saberá o que vai ser feito”, disse Florival Baioa, que considerou “incompreensível” que o troço Bombel/Vidigal-Évora, da Linha de Évora, que tem “apenas 1/4 dos utentes” da Linha do Alentejo, tenha sido eletrificado e o troço Casa Branca-Beja, da Linha de Beja, que tem “3/4 dos utentes”, não tenha sido eletrificado.
“Isto é, no mínimo, estranho e vai ser motivo de uma análise profunda”, disse Florival Baioa.
O movimento de cidadãos “Beja Merece” foi criado pela Associação de Defesa do Património de Beja em defesa das ligações diretas via Intercidades entre Beja e Lisboa, da eletrificação do troço Casa Branca-Beja e da ligação à Funcheira, que permite a viagem até ao Algarve.
Após mais de um ano fechada para obras de modernização e eletrificação do troço Bombel/Vidigal-Évora, a circulação na Linha do Alentejo foi retomada no passado domingo.
Dado que o troço Casa Branca-Beja não está eletrificado, porque ficou de fora das obras de eletrificação da Linha do Alentejo, a CP acabou com as ligações diárias diretas via Intercidades entre Lisboa e Beja e “optou” por passar a efetuar a viagem através do Intercidades entre Lisboa e Évora e com transbordo em Casa Branca.
Os passageiros da ligação entre Lisboa e Beja viajam agora em Intercidades entre Lisboa e Casa Branca, onde fazem transbordo para uma automotora diesel que faz o trajeto entre Beja e Casa Branca.
Redacção / Lusa
13:33 sexta-feira, 29 julho 2011
Fonte: Diário Online
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Fonte: Rádio Pax
sábado, 23 de julho de 2011
«Na sequência da apresentação por parte da CP-Comboios de Portugal de novos horários de comboios de passageiros para a linha do Alentejo, previstos entrar em vigor no próximo dia 24 de Julho, a Câmara Municipal de Vendas Novas (CMVN) não pode deixar de congratular-se com a retoma do serviço ferroviário na linha do Alentejo, quase 15 meses depois da suspensão do serviço, e que causou visíveis transtornos a todos os utentes desta linha.
Sobre os novos horários, a Câmara Municipal de Vendas Novas manifestou à CP a seguintes preocupações e sugestões:
1. A nova proposta de horários contempla apenas quatro comboios Intercidades em cada sentido, num total de oito composições diárias, o que em relação à proposta inicial, representa menos 2 ligações diárias (uma no sentido de Lisboa e outra no sentido de Évora/Beja), previstas para meio do dia. Esta situação causa um “intervalo” de 8 horas sem qualquer comboio durante o dia, dificultando a vida dos utentes que se deslocam para consultas, visitas e/ou actividades de curta duração. A CMVN sugeriu por isso que a CP reveja esta situação, nem que seja através da criação de um serviço não diário que abranja alguns dias da semana.
2. Os novos horários deixam de prever ligações directas Lisboa-Beja, causando o incómodo do transbordo em Casa Branca e acabam com o serviço regional que passa a ser servido apenas por duas composições Intercidades (uma de manhã e outra à tarde).
3. A CMVN fez ainda algumas sugestões especificamente sobre pequenos ajustes nos horários propostos que considera serem mais justos para a realidade da população vendasnovense.
Apesar de a CMVN reconhecer que a nova proposta teve em considerações algumas das preocupações manifestadas em tempo por esta instituição e por utilizadores do serviço ferroviário, verificamos haver nestes novos horários aspectos bastante negativos, em particular a supressão de comboios a meio do dia, a perda de ligações directas com Beja, a quase inexistência de serviço regional, situações que prejudicam os habituais utilizadores do serviço ferroviário e a captação de novos utentes.»
Fonte: Rostos On-line
quinta-feira, 21 de julho de 2011
BEJA CONTINUA A REIVINDICAR ELECTRIFICAÇÃO DO TROÇO RODOVIÁRIO:
Autarca afirma que troço Casa Branca-Beja é o que tem mais movimento
Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara Municipal de Beja defendeu, em declarações à agência Lusa, que a região deverá "continuar a reivindicar" a electrificação do troço ferroviário Casa-Branca- Beja pois só assim é possível voltar a ter comboios directos entre a cidade alentejana e Lisboa.
Afirma ainda que não se justifica que o troço Casa Branca-Beja não tenha sido o primeiro a ser electrificado visto ser o que tem mais movimento: "Devia ter sido o primeiro a se electrificado e não o de Bombel/Vidigal-Évora".
Depois de um ano fechada para obras de modernização, a circulação da linha do Alentejo é retomada no domingo com 8 ligações diárias em dias úteis entre Lisboa e Beja.
Como o troço Casa Branca-Beja não está electrificado, a CP acabou com as ligações diárias directas via Intercidades entre Lisboa e Beja, optando por passar a afectuar a viagem através do Intercidades entre Lisboa e Évora e com transbordo na Casa Branca.
Os passageiros que façam a ligação entre Lisboa e Beja viajam em Intercidades entre Lisboa e Casa Branca, onde farão transbordo para uma automotora diesel que fará o trajecto entre Beja e Casa Branca.
O autarca acrescenta que apesar do transbordo, o novo serviço "vai melhorar" relativamente ao número de ligações diárias, de horários, da duração das viagens e das composições das automotoras e das carruagens das locomotivas eléctricas.
Fonte: Correio da Manhã
quarta-feira, 20 de julho de 2011
CIRCULAÇÃO NA LINHA DO ALENTEJO RETOMADA DOMINGO COM VIAGENS ENTRE LISBOA-ÉVORA E BEJA:
«A circulação ferroviária na Linha do Alentejo é retomada no próximo domingo com oito ligações diárias, em dias úteis, entre Lisboa, Évora e Beja, mas a viagem até esta cidade será indireta e com transbordo em Casa Branca.As obras de modernização e eletrificação feitas pela Rede Ferroviária Nacional (REFER) no troço Bombel/Vidigal-Évora vão permitir retomar a circulação na Linha do Alentejo "em condições de manifesta competitividade face à anterior oferta", disse hoje à Agência Lusa a diretora de comunicação da CP, Ana Maria Portela.
Segundo a responsável, entre Lisboa, Évora e Beja serão efetuadas oito ligações diárias nos dias úteis (quatro em cada sentido) e seis aos fins de semana e feriados (três em cada sentido). Já que toda a linha entre Lisboa e Évora está eletrificada, as viagens entre estas duas cidades serão efetuadas diretamente, via Intercidades e em locomotivas elétricas.
Nos comboios mais rápidos, a viagem entre Évora e a estação do Oriente em Lisboa, ponto de partida ou destino final de cada viagem, irá durar uma hora e 36 minutos, menos 28 minutos do que na anterior oferta.
Se considerarmos o trajeto entre Évora e a estação de Sete Rios, a primeira à chegada a Lisboa, cada viagem irá durar uma hora e 22 minutos, menos 42 minutos.
Dado que o troço entre Casa Branca e Beja não está eletrificado, porque ficou de fora das obras de eletrificação da Linha do Alentejo, a CP acabou com quatro ligações diárias diretas via Intercidades entre Lisboa e Beja e "optou" por passar a efetuar a viagem através do Intercidades entre Lisboa e Évora e com transbordo em Casa Branca.
Ou seja, os passageiros da ligação entre Lisboa e Beja viajarão em Intercidades entre Lisboa e Casa Branca, onde farão transbordo para uma automotora diesel que fará o trajeto entre Beja e Casa Branca.
Segundo Ana Portela, o serviço entre Beja e Casa Branca será feito através de "automotoras diesel modernizadas" e com conforto "equivalente" ao dos comboios Intercidades, ou seja, dispõem de bancos confortáveis, de mais espaço entre os bancos, tomadas para ligar computadores e climatização.
Apesar de parte da viagem ser em automotora diesel e do transbordo em Casa Branca, a viagem entre Beja e a estação do Oriente, em Lisboa, irá durar menos "quatro ou cinco minutos" do que a oferta anterior.
Através do novo modelo, "a CP apresenta claras vantagens face à oferta de transporte rodoviário coletivo" da Rede Nacional de Expressos, aos níveis do conforto oferecido e da duração das viagens entre Lisboa e as cidades de Évora e Beja, frisou.
A ligação da CP entre Lisboa e Beja, apesar de indireta, durará "menos 19 minutos" do que a ligação rodoviária e a ligação entre Lisboa e Évora será "igual" à da rodoviária ou, em alguns casos, durará menos 10 a 15 minutos, explicou.
No novo modelo, a CP "teve em consideração" as "necessidades dos clientes de mobilidade regional" no trajeto entre Beja e Casa Branca, no qual "se regista uma procura diária de características pendulares", explicou.
Deste modo, precisou, em dias úteis serão realizadas nove circulações, cinco no sentido Casa Branca-Beja e quatro no sentido Beja-Casa Branca, e duas ligações entre Vila Nova de Baronia e Beja, uma em cada sentido.
O fim das ligações diretas via intercidades entre Beja e Lisboa já motivou duas manifestações e uma petição em Beja.
Segundo Ana Portela, a nova oferta "responde perfeitamente" e de "um modo muito mais sustentável", económica e ambientalmente, à procura para Beja e "permite uma flexibilidade de serviço que gera a possibilidade de nove ligações diárias".
Por outro lado, "não seria uma boa decisão de gestão", para assegurar ligação direta entre Lisboa e Beja, "fazer circular, sob troço eletrificado, uma locomotiva diesel, prejudicando o restante tráfego e multiplicando os custos da Linha do Alentejo e duplicando o custo de operação" no troço Lisboa-Casa Branca.»
Fonte: Sic Notícias
«A CP lança no domingo uma nova oferta de Lisboa para Évora com quatro Intercidades diários em cada sentido (dois de manhã e dois à tarde) que vão demorar apenas uma hora e 21 minutos entre Sete Rios e aquela cidade alentejana.
Até Maio de 2010, quando a linha do Alentejo encerrou para obras, o mesmo percurso era feito em uma hora e 50 minutos. Esta redução do tempo de viagem só é possível porque a via férrea - que esteve encerrada um ano e três meses para obras entre Bombel e Évora - permite agora velocidades de chegam aos 200 quilómetros por hora. A linha sofreu um investimento de 48,4 milhões de euros e está agora electrificada, tem carris, travessas e balastro novos e foi dotada de modernos sistemas de sinalização e telecomunicações.
Mas o troço entre Casa Branca e Beja ficou à margem desta modernização, não podendo aí circular comboios eléctricos. A CP decidiu, por isso, não ressuscitar os Intercidades para Beja (havia dois por dia em cada sentido até Maio do ano passado) e organizar um serviço de ligação aos comboios de Évora com transbordo em Casa Branca. Este serviço será assegurado por automotoras a diesel remodeladas para o efeito. Contam com assentos mais confortáveis, maior espaço entre os bancos, tomadas para computador, ar climatizado e têm reserva de lugar, podendo os bilhetes ser comprados na Internet.
Este mesmo material vai também assegurar o serviço regional entre Casa Branca e Beja, composta por cinco ligações diárias e mais uma circulação de ida e volta entre Beja e Vila Nova da Baronia. Não serão retomadas as ligações directas entre Évora e Beja.
Apesar da ruptura na estação de Casa Branca, os passageiros de Beja para Lisboa farão agora a viagem até Sete Rios em duas horas e cinco minutos, menos dez minutos do que nos antigos Intercidades. Estes novos tempos de viagem para o Alentejo colocam a CP numa posição bastante competitiva face ao autocarro. De Lisboa para Évora a Rede de Expressos demora entre uma hora e meia a uma hora e 45 minutos, e para Beja os seus autocarros demoram entre duas horas e 45 minutos a três horas.
Os Intercidades para Évora serão compostos por locomotivas 5600 (aptas a circular a 200 km/h) e três carruagens, mas não terão serviço de bar. Partem do Oriente e terão paragem em Entrecampos, Sete Rios, Pragal, Pinhal Novo, Vendas Novas e Casa Branca, havendo um em cada sentido que terá paragem em mais estações para assegurar algum serviço regional (demorando mais dez minutos na viagem).
Este serviço devia ter sido inaugurado em Maio, mas a Rede Ferroviária Nacional atrasou-se três meses com as obras de modernização da linha. Já em 2006 esta linha tinha sido encerrada para obras por nove meses (com novo atraso). Após a reabertura, a CP inaugurou um serviço Intercidades para Évora e Beja. Esta oferta revelou-se um fracasso, sendo a menos rentável da CP, situação que poderá agora mudar devido ao corte de quase meia hora no tempo de percurso. »
terça-feira, 19 de julho de 2011
Fonte: Rádio Pax
sexta-feira, 15 de julho de 2011
“O Conselho Executivo da CIMBAL – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo e o Conselho Directivo da AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral decidiram, em reunião, na passada segunda-feira, manifestar o seu apoio à tomada de posição da Assembleia Municipal de Beja e solidarizar-se com a mesma, com vista à congregação de esforços, no sentido de evitar o encerramento definitivo da linha que serve o Baixo Alentejo e territórios contíguos”, de acordo com Jorge Pulido Valente. O presidente dos conselhos Executivo da CIMBAL e Directivo da AMBAAL adiantou também que “foi criado um grupo de trabalho, para avançar com medidas concretas junto dos órgãos competentes, no que diz respeito às acessibilidades rodoviárias”.
“Na reunião da passada segunda-feira, os conselhos Executivo da CIMBAL e o Directivo da AMBAAL receberam a Ordem dos Advogados, na pessoa do Bastonário Marinho Pinto, e em cima da mesa esteve o novo mapa judiciário”, as declarações são também de Jorge Pulido Valente. Prosseguiu referindo que “a ideia é discutir o novo mapa e encontrar uma posição comum, recolhendo elementos junto dos municípios, para uma posterior avaliação em conjunto com a Ordem dos Advogados e eventual tomada de posição em sede de Assembleia Intermunicipal da CIMBAL”.»
Ana Elias de Freitas
Fonte: Rádio Voz da Planície
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O Grupo de Trabalho, criado no âmbito da Assembleia Municipal de Beja, para acompanhar as questões relacionadas com as ligações ferroviária à cidade Pax-Júlia, reuniu ontem à tarde. No final ficou decidido marcar presença na Assembleia da República no próximo dia 26, altura em que vai decorrer, por iniciativa do partido Ecologista “Os Verdes” uma audição parlamentar sobre transportes ferroviários.
Bernardo Loff, presidente da Assembleia Municipal de Beja, afirmou que nesse dia o movimento vai ainda tentar ser recebido pela presidente da Assembleia da República, grupos parlamentares e Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas.
O grupo de trabalho volta a reunir na próxima segunda-feira a partir das 18.00 horas."
Inês Patola
Fonte: Rádio voz da Planície
sexta-feira, 8 de julho de 2011
MUNICÍPIOS DEVERÃO JUNTAR-SE AO MOVIMENTO DE CIDADÃOS:
"As Câmaras do Baixo Alentejo individualmente, a par da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) e da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (AMBAAL) deverão juntar-se ao Movimento de Cidadãos criado em defesa das ligações ferroviárias a Beja.
O anterior Governo propôs à troika o encerramento de 794 quilómetros de vias-férreas, incluindo a ligação Casa Branca -Ourique numa extensão de 116 quilómetros, o que deixaria Beja sem comboios.
A Câmara de Beja voltou a defender ontem a união de todas as “forças vivas” da região na “defesa intransigente” dos serviços ferroviários. Jorge Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, exige a manutenção das ligações directas a Lisboa e a electrificação da Linha Ferroviária do Alentejo até Beja.
Miguel Ramalho “subscreve” estas exigências. O vereador da CDU considera que seria importante saber se os partidos que assinaram o acordo com a troika (PS, PSD e CDS) tinham conhecimento do encerramento da ligação entre Casa Branca e Ourique.
O futuro das ligações ferroviárias a Beja foi uma das matérias em discussão ontem na reunião da Câmara de Beja."
Fonte: Radio Pax
terça-feira, 5 de julho de 2011
«O Governo de José Sócrates propôs à troika o encerramento de 794 quilómetros de vias-férreas com particular incidência no Norte e no Alentejo. De acordo com o Jornal “Público” o estudo realizado à revelia da Refer, por uma equipa conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas e Transportes, prevê o fecho da Linha do Alentejo entre Casa Branca e Ourique numa extensão de 116 quilómetros. Beja ficaria assim sem comboios. Carlos Moedas, candidato do PSD por Beja nas últimas legislativas e actual Secretário de Estado Adjunto do Primeiro -ministro, afirmou à Rádio Pax que desconhece o estudo e por isso não se pronuncia sobre o mesmo. O governante entende que “é muito importante para o Alentejo ter ligações ferroviárias ao centro do país, sobretudo a Lisboa” e prometeu, como Português, “tentar lutar para que isso [ligação ferroviária a Beja] não desapareça”.»
Fonte: Rádio Pax
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Deste modo, as restantes linhas seriam amputadas ou desapareceriam mesmo e capitais de distrito como Beja e Leiria ficariam sem comboios se este plano fosse aplicado. No requerimento dirigido ao novo Ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, os parlamentares referem que o estudo foi realizado à revelia da Refer, por uma equipa conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas e Transportes, e no qual se concretiza o fim das linhas que até agora estavam encerradas e outras à espera de obras de modernização, num total de 794 quilómetros de vias-férreas, com particular incidência no Norte e no Alentejo, mas desta vez incluindo algumas linhas do litoral, como a própria Linha do Oeste, que seria encerrada entre Louriçal e Torres Vedras (127 quilómetros). Note-se que o documento foi apresentado à troika como uma medida eficaz de redução da despesa pública, uma vez que tem um forte impacto simultâneo nas contas da Refer e da CP, embora a administração da Refer não subscreva esta visão sobre a ferrovia portuguesa e que tem em cima da mesa um documento de trabalho - ainda não terminado - com uma proposta de cortes mais modesta. Na proposta da Refer a linha do Oeste continua a constituir uma aposta estratégica, na linha do preconizado pelos deputados do PSD nas últimas eleições de 5 de Junho. Neste particular, os deputados referem que a Linha do Oeste serve de alternativa à Linha do Norte e recordam que havia a promessa da sua modernização, dado tratar-se de uma linha que atravessa uma das regiões do país com maior densidade populacional, forte potencial económico e turístico, unindo um corredor que contém Torres Vedras, Caldas da Rainha, Marinha Grande, Leiria, Figueira da Foz e Coimbra. "Um corredor que tinha tanto potencial em termos de mobilidade que justificou a construção de duas auto-estradas (A8 e A17)", rematam os parlamentares. Deste modo, os deputados eleitos por Leiria solicitam ao novo Governo toda a informação disponível sobre o documento entregue à troika, bem como querem ter acesso ao estudo realizado pela Refer sobre a avaliação feita à rede ferroviária nacional, em particular conhecer com maior detalhe os fundamentos que justificam a plena manutenção e modernização da linha do Oeste."
domingo, 3 de julho de 2011
TROÇOS FERROVIÁRIOS COM OBRAS PARADAS
Em quatro dos troços ferroviários do país, cuja circulação foi suspensa para obras por parte da Refer, os trabalhos estão parados ou nem sequer começaram.
As linhas do Corgo (Vila Real), Tâmega (Amarante), o Ramal da Figueira da Foz e o troço Guarda – Covilhã (na linha da Beira Baixa) deveriam ter obras de reparação mas nos locais não se vê qualquer trabalho nas vias.
E no planeamento da Refer, que não quis prestar esclarecimentos sobre esta matéria, não consta intervenção nestas vias.
A Linha do Alentejo, cujo futuro tem estado em risco segundo alguns estudos, tem obras previstas para 2012para “melhorar as condições de circulação e aumentar o nível de segurança”.
Nos documentos divulgados na página da Internet da REFER estão registadas nas «principais intervenções programadas» para 2012 a substituição de carris e travessas nas estações de Cuba e Vila Nova da Baronia, no troço Casa Branca-Beja. Outro trabalho programado para o troço Beja-Castro Verde é a substituição de carris e travessas.
A REFER escusou-se a fazer qualquer comentário acerca dos troços actualmente encerrados para obras, enquanto a CP considera o «Directório da Rede como um referencial nesta matéria» que indica as «intervenções à infra-estrutura programadas».
«Não obstante, a REFER e a CP realizam pontos de situação regulares no que concerne os prazos das obras com concretização confirmada ou em curso», concluiu a resposta da CP, sem indicar quaisquer outras informações.
No mapa ferroviário do país, o serviço Intercidades (de Lisboa a Évora e a Beja) da Linha do Alentejo está suspenso devido a obras da REFER no troço Bombel/Vidigal-Évora.
As linhas do Tâmega, entre a Livração e Amarante, e do Corgo, entre Vila Real e a Régua, foram encerradas em Março de 2009 pelo Governo PS, que alegou razões de segurança.
Os troços deveriam ter sido alvos de investimentos na ordem dos 30 milhões de euros, reabrindo até ao final de 2010, Porém, as obras pararam após o desmantelamento dos carris, ficando no lugar da linha férrea um estradão de terra batida.
Já entre a Figueira da Foz e a Pampilhosa, outro dos troços encerrados, o transporte dos utentes é feito em autocarro.
A linha foi encerrada por questões de segurança há mais de dois anos, em Janeiro de 2009, e a reabertura estava agendada, após obras de requalificação, para o corrente ano. Mas os trabalhos foram suspensos e assim continuam, devido à redefinição de investimentos no âmbito dos Planos de Estabilidade e Crescimento.
No Tua, a barragem vai submergir 16 quilómetros da linha, que se encontra desactivada há dois anos e meio, depois de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.
Em troca da barragem serão investidos 35 milhões de euros para criar um novo plano de mobilidade na zona que implica um pequeno troço de via-férrea da estação do Tua ao paredão, um funicular, dois barcos para levarem os passageiros até à Brunheda e comboio até Mirandela.
Em Janeiro, o administrador da CP, Nuno Moreira, afirmava que os comboios não voltariam a circular na Linha do Tua porque a empresa não pretende assegurar «indefinidamente» transportes alternativos às Linhas do Corgo e Tâmega, que custam anualmente 221 mil euros.
Na Beira Baixa, a CP anunciou, em Março, estar a estudar «um novo modelo de exploração» da linha, na sequência da electrificação de todo o percurso ferroviário entre Castelo e a Covilhã, obras que devem ficar concluídas no verão. No entanto, as obras nesse local continuam paradas.
Fonte: Lusa/SOL
quarta-feira, 29 de junho de 2011
"A Assembleia Municipal de Beja rejeitou hoje o eventual fim das ligações ferroviárias no Baixo Alentejo, proposta pelo anterior Governo PS à "troika", considerando-o “um verdadeiro crime de lesa-Alentejo”, que “agravaria dramaticamente o despovoamento da região”.
A posição da Assembleia Municipal de Beja consta numa moção enviada hoje à agência Lusa e que foi aprovada por unanimidade na última reunião do órgão, em reação a uma notícia do jornal Público sobre um estudo que o anterior Governo PS entregou à “troika” propondo o fecho de 794 quilómetros de linhas férreas no país, sobretudo nas regiões Norte e Alentejo.
A Assembleia Municipal de Beja “rejeita firmemente quaisquer novos cortes nos serviços ferroviários que servem a cidade, o concelho e o distrito de Beja, o que seria um verdadeiro crime de lesa-Alentejo”.
Segundo o jornal, o estudo, efetuado à “revelia” da Refer e por uma equipa conjunta dos anteriores ministérios das Finanças e Obras Públicas, Transportes e Comunicações, propõe o fecho de 116 quilómetros da Linha do Alentejo, entre Casa Branca e Ourique, o que deixaria Beja sem serviço de comboios."
Fonte: Diana FM (Évora)
domingo, 26 de junho de 2011
ESTUDO ENTREGUE À TROIKA PROPÕE O FECHO DE 800Km LINHA FÉRREA:
"Documento feito, à revelia da Refer, pelo anterior Governo do PS deixa a rede ferroviária circunscrita basicamente ao eixo Braga-Faro, Beira Alta e Beira Baixa. Restantes linhas seriam amputadas ou desapareceriam
O estudo foi realizado, à revelia da Refer, por uma equipa conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério das Obras Públicas e Transportes. E consolida o fim das linhas que até agora estavam encerradas "provisoriamente" à espera de obras de modernização (Corgo, Tâmega, Tua e troços Figueira da Foz-Pampilhosa e Guarda-Covilhã, num total de 192 quilómetros). Inclui também a Linha do Douro, entre Régua e Pocinho (68 quilómetros), a Linha do Leste entre Abrantes e Elvas (130 quilómetros), a Linha do Vouga (96 quilómetros), o ramal de Cáceres (65 quilómetros), a Linha do Alentejo entre Casa Branca e Ourique (116 quilómetros). Esta última deixaria Beja sem comboios, apesar de, neste momento, a CP estar a preparar uma oferta especial desta cidade aos Intercidades de Évora.
O documento foi apresentado à troika como uma medida eficaz de redução da despesa pública, uma vez que tem um forte impacto simultâneo nas contas da Refer e da CP. Na primeira empresa reduz custos de manutenção e de exploração e na segunda permite-lhe acabar com o serviço regional onde este é mais deficitário (embora nalgumas linhas a abater exista um significativo tráfego de mercadorias).
O impacto deste eventual encerramento deixa a rede ferroviária circunscrita basicamente ao eixo Braga-Faro, Beira Alta e Beira Baixa, desaparecendo as restantes linhas, sendo amputadas outras.
O PÚBLICO apurou que a administração da Refer não subscreve esta visão sobre a ferrovia portuguesa e que tem em cima da mesa um documento de trabalho - ainda não terminado - com uma proposta de cortes mais modesta.
Nela se mantém o fecho das linhas já encerradas (com excepção da ligação Guarda-Covilhã) e se estuda o encerramento do ramal de Cáceres (Torres das Vargens-Marvão), a Linha do Vouga apenas entre Albergaria e Águeda (14 quilómetros) e a Linha do Alentejo entre Beja e Ourique (36 quilómetros). No total, são 240 quilómetros, contra os 800 preconizados no documento elaborado pela equipa mista das Obras Públicas e das Finanças do Governo anterior, liderado pelo PS.
Técnicos da Refer contactados pelo PÚBLICO dizem que esta é uma proposta "cega" e que ignora a importância das redundâncias do sistema. Por exemplo, a Linha do Oeste serve de alternativa à Linha do Norte e a do Alentejo à do Sul. O encerramento conjunto do ramal de Cáceres e da Linha do Leste privaria Portugal de qualquer ligação ferroviária a Espanha a sul de Vilar Formoso, aumentando a distância dos portos de Sines, Setúbal e Lisboa a Madrid e à Estremadura espanhola.
No Douro, o encerramento da linha a jusante da Régua compromete o desenvolvimento turístico da região, que é património mundial. Paradoxalmente, o que os autarcas da região têm vindo a pedir é a reabertura do troço Pocinho-Barca de Alva para fins turísticos e para aproximar a região do mercado espanhol.
Outro paradoxo é a linha entre Guarda e Covilhã, na qual a Refer tem investido, nos últimos sete anos, dezenas de milhões de euros e onde decorrem presentemente investimentos de 7,7 milhões de euros para reparação de túneis. Este troço arrisca-se a não reabrir depois deste dinheiro gasto. "